Economia
Habitação

Caixa mantém forte ritmo de concessão de crédito

A vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Inês Magalhães, afirmou que o ritmo se mantém mesmo com o contínuo encolhimento dos depósitos da poupança

Compartilhe:
29 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Caixa mantém forte ritmo de concessão de crédito
A vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Inês Magalhães

A vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Inês Magalhães, afirmou na quarta-feira, 28, que mesmo com o contínuo encolhimento dos depósitos da poupança, o banco manteve um forte ritmo de concessão de crédito nas linhas de financiamento habitacional destinadas a clientes de classe média. Este é o segmento atendido pelo chamado Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

“Temos uma questão ainda importante de redução dos recursos da poupança”, afirmou ela em coletiva de imprensa para detalhar os resultados do banco em 2023, divulgados na terça-feira, 27. “Mesmo assim, nós mantivemos um investimento de R$ 75 bilhões através do SBPE no ano passado.”

O banco teve uma forte concessão de crédito imobiliário no ano passado, sustentada em especial pelos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que financia unidades para famílias de menor renda e também de algumas faixas do Minha Casa Minha Vida, programa habitacional do governo federal que banco opera praticamente sozinho.

“O FGTS cumpriu papel importantíssimo no financiamento da habitação”, disse Magalhães. No ano passado, o Fundo destinou R$ 100 bilhões para a habitação, o que ajudou a manter as concessões em alta mesmo com o encolhimento da poupança.

Inês Magalhães afirmou ainda que neste ano, a Caixa espera contratar o financiamento de 160 mil unidades do MCMV nas faixas com maior subsídio, cujo recurso vem do Orçamento Geral da União.

Na mesma coletiva, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, afirmou que o crescimento da distribuição de benefícios sociais pagos pelo governo federal no ano passado reforçou o papel público da instituição. “O resultado está aí: crescemos 20%. Isso é a Caixa”, afirmou ele.

No ano passado, a Caixa pagou 19,5% mais benefícios que em 2022, chegando a R$ 369,2 bilhões. Estes benefícios são pagos com recursos do governo federal. A Caixa faz a distribuição aos beneficiários finais, e recebe um pagamento do governo para prestar este serviço. O mais conhecido programa distribuído pelo banco é o Bolsa Família.

O presidente da Caixa afirmou que o banco está reorientando sua atuação para colocar os clientes no centro das decisões. Esse mantra, que tem sido adotado pelos grandes bancos diante da maior competição com rivais digitais, levou o banco público a mudar estruturas internas em busca de um maior foco nos clientes.

“Hoje, o cliente toma suas decisões em função das suas conveniências, e a tecnologia bancária tem sido o grande vetor dessa mudança de comportamento do cliente”, afirmou.

O vice-presidente de Varejo do banco, Adriano Matias, afirmou que a Caixa está colocando em andamento o “mais ousado” programa de transformação digital de sua história. “Nós estamos saindo da quantidade para a qualidade do atendimento”, disse o executivo.

A Caixa tem o objetivo de aumentar o engajamento dos mais de 150 milhões de clientes com os produtos do banco. Responsável por cerca de 70% do crédito imobiliário do País, a instituição tem uma menor participação de mercado em outras linhas, como as de crédito comercial e em cartões, cenário que busca reverter.

Vieira destacou que ao mesmo tempo, a Caixa continua atuando junto ao governo federal. Ele disse que na bolsa que o governo pagará a estudantes de baixa renda para que permaneçam no ensino médio é um exemplo: a Caixa está estruturando os sistemas para o acesso dos beneficiários a estes recursos.