As bolsas da Europa fecharam em queda nesta quarta-feira, 30, conforme os juros dos títulos soberanos da zona do euro sobem e investidores reforçam sentimento de aversão a riscos antes da eleição nos Estados Unidos. Investidores também analisaram dados macroeconômicos, balanços corporativos e a entrega do orçamento pelo governo do Reino Unido.
O FTSE 100, de Londres, caiu 0,73%, aos 8.159,63 pontos, patamar mais baixo desde agosto. O CAC 40, de Paris, cedeu 1,10% e alcançou seu menor nível desde setembro, encerrando em 7.428,36 pontos. O DAX, referência em Frankfurt, teve perdas de 1,09%, a 19.266,73 pontos. As cotações são preliminares.
A proximidade das eleições americanas, com crescente probabilidade de que Donald Trump saia vitorioso, seguiu tirando ímpeto comprador das bolsas europeias. Hoje, o republicano disse que os países da Europa vão pagar um preço alto (em tarifas) por não comprarem produtos americanos.
Participantes do mercado analisaram ainda dados de atividade e inflação da região. E o Orçamento proposto pelo governo do Reino Unido para o ano que vem, com aumento de 40 bilhões de libras em impostos e incentivos setoriais, além de emissão adicional de títulos. Ações de empresas prestadoras de serviços públicos, bancos, construção civil e bares avançaram.
No noticiário corporativo, Campari recuou 18,5% após resultados abaixo das estimativas no terceiro trimestre. E UBS cedeu 4,36%, mesmo com números acima do consenso do mercado, ao divulgar projeções conservadoras para o resto do ano.
Em outras bolsas, o Ibex 35, de Madri, caiu 0,68%, para os 11 715,00 pontos. A seguradora Mafre cedeu 2,23%, maior queda porcentual, em meio a estragos e mortes provocados por chuvas torrenciais na Espanha. O FTSE MIB, de Milão, fechou em queda de 1,21%, a 34.502,70 pontos. Já o PSI 20, de Lisboa, recuou 0,73%, aos 6.391,60 pontos, no seu patamar mais baixo desde abril. As cotações são preliminares.
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta quarta-feira, 30, após tarifas europeias sobre veículos elétricos chineses entrarem em vigor, mas a de Tóquio avançou com a ajuda de ações do setor automotivo e de tecnologia.
Liderando as perdas na Ásia, o índice Hang Seng caiu 1,55% em Hong Kong, a 20.380,64 pontos, pressionado por montadoras chinesas de veículos elétricos como Nio (-6,58%), Geely (-2,96%) e BYD (-0,67%). A União Europeia começou a impor tarifas a carros elétricos fabricados na China, após concluir investigação sobre práticas de subsídios adotadas por Pequim.
Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,61%, a 3.266,24 pontos, em meio à queda de ações de seguradoras e de bancos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto ficou praticamente estável, com alta marginal de 0,04%, a 1.973,62 pontos.
Em outras partes da região asiática, o sul-coreano Kospi cedeu 0,92% em Seul, a 2.593,79 pontos, e o Taiex perdeu 0,46% em Taiwan, a 22.820,43 pontos.
Na contramão, o japonês Nikkei subiu 0,96% em Tóquio, a 39 277,39 pontos, impulsionado por ações de montadoras como Toyota (+0,7%) e Suzuki (1,8%) e de tecnologia, incluindo Sony (+1,3%). Na virada de quarta para quinta, o Banco do Japão (BoJ) anuncia decisão de política monetária.
Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o viés negativo da Ásia e ficou no vermelho, interrompendo uma sequência de três pregões de ganhos. O S&P/ASX 200 caiu 0,83% em Sydney, a 8.180,40 pontos.