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Bolsas da Europa fecham em alta, ante PMIs e temporada de balanços

O clima positivo do mercado europeu ganhou força pela manhã, frente a dados macroeconômicos melhor que o esperado.

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23 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Bolsas da Europa fecham em alta, ante PMIs e temporada de balanços
Investidores europeus também se mantiveram atentos a resultados da temporada de balanços, que levaram os setores de varejo e tecnologia a liderar ganhos na EuroStoxx.

As bolsas da Europa fecharam em alta a terça-feira, 23, em meio a avanço acima do esperado dos índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) e resultados da temporada de balanços. Em Londres, o mercado acionário renovou recordes de fechamento e intraday.

O clima positivo do mercado europeu ganhou força pela manhã, frente a dados macroeconômicos melhor que o esperado.

Para o ING, os números da zona do euro sugerem que a atividade “está finalmente voltando a crescer” no início do segundo trimestre, mas a robustez do setor de serviços não deve impedir cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). Nesta terça, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, afirmou que a redução das taxas em junho é “fait accompli” (fato consumado), caso não ocorram “surpresas”.

Investidores europeus também se mantiveram atentos a resultados da temporada de balanços, que levaram os setores de varejo e tecnologia a liderar ganhos na EuroStoxx. Em Frankfurt, o DAX fechou em alta de 1,58%, a 18.142,58 pontos, impulsionado pelo salto da SAP (+5,27%), empresa de tecnologia alemã que reportou aceleração nos seus negócios em nuvem e resultados sólidos do primeiro trimestre.

Já a Renault garantiu receita geral um pouco acima das expectativas nos primeiros três meses do ano e, apesar de pressão temporária pela queda na receita da divisão automotiva, a ação fechou em alta de 0,40%. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,81%, a 8.105,78 pontos.

Na Suíça, o destaque foram os papéis da farmacêutica Novartis (+2,44%), após resultados do primeiro trimestre superarem expectativas de lucro e receita junto a aumento nas projeções de vendas em 2024.

Em Londres, o FTSE 100 renovou na terça-feira recordes históricos de máxima intraday, a 8.076,52 pontos, e de fechamento, a 8.044,81 pontos (+0,26%). Segundo a AJ Bell, o movimento representa a “recuperação da reputação do mercado britânico”. Contudo, o índice foi pressionado pela baixa de ações ligadas a commodities, entre elas a Anglo American (-2,27%), apesar de a mineradora informar em seu relatório que a produção de cobre teve expansão anual de 11%, a 198 mil toneladas, acima da expectativa de analistas.

Comentários do economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Huw Pill, também pesaram sobre o índice londrino ao fortalecer a libra e os juros dos Gilts. O dirigente expressou cautela em relação a possibilidade de cortes de juros, afirmando que a persistência da inflação segue elevada e que ainda é necessário monitorar de perto preços de serviços e o avanço salarial.

Entre outros mercados, o FTSE MIB avançou 1,89% em Milão, a 34 363,75 pontos, com destaque para alta do grupo TIM (+1,79%) diante de notícias sobre reestruturação do Conselho de Diretores Em Lisboa, o PSI 20 subiu 1,19%, a 6.592,89 pontos. Em Madri, o Ibex 35 teve alta de 1,70%, a 11.075,40 pontos. Todas as cotações são preliminares.

As bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram os negócios na terça-feira sem direção única, com parte delas apoiadas pela recuperação de Wall Street na segunda.

Liderando ganhos na região asiática, o índice Hang Seng avançou 1,92% em Hong Kong, a 16.828,93 pontos, ajudado por ações ligadas a consumo, enquanto o japonês Nikkei subiu 0,30% em Tóquio, a 37.552,16 pontos, impulsionado por ações do setor financeiro e após o iene renovar mínima em quase 34 anos em relação ao dólar, e o Taiex registrou ganho de 0,97% em Taiwan, a 19.599,28 pontos.

As bolsas de Nova York fecharam em alta generalizada, com o S&P 500 e o Nasdaq interrompendo uma sequência de seis pregões negativos, em meio a um alívio nas tensões geopolíticas envolvendo Irã e Israel.

Na China continental, por outro lado, os mercados mantiveram o recente viés negativo, pressionados por ações relacionadas a metais e petróleo. O Xangai Composto recuou 0,74%, a 3.021,98 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,19%, a 1.675,05 pontos.

Já em Seul, o sul-coreano Kospi cedeu 0,24%, a 2.623,02 pontos, com perdas em ações de internet, jogos online e baterias.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, graças ao bom desempenho do setor de tecnologia. O S&P/ASX 200 avançou 0,45% em Sydney, a 7.683,50 pontos.