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Expansão maior

BCE reduz projeção de inflação da zona do euro para 5,3%

Já para o crescimento, as projeções de 2023 do BCE foram revisadas para uma média de 1,0%, ante 0,5% em relação à previsão anterior.

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31 de março de 2023
Vinicius Palermo
BCE reduz projeção de inflação da zona do euro para 5,3%
Para 2024 e 2025, as projeções do BCE são de expansão de 1,6%.

O Banco Central Europeu (BCE) diminuiu sua previsão para a taxa média da inflação anual para 2023 da zona do euro, em boletim econômico lançado na quinta-feira, 30. Especialistas do Eurosistema projetam agora que a inflação média do bloco irá se enfraquecer para 5,3% em 2023, ante previsão de 6,3% divulgada em janeiro.

Novas reduções na taxa média são previstas para 2024, a 2,9% (ante 3,4% anteriormente), e 2025, a 2,1% (ante 2,3%). A previsão é que a inflação na zona do euro chegue à meta de 2,0% ao ano no terceiro trimestre de 2025.

Já para o crescimento, as projeções de 2023 foram revisadas para uma média de 1,0%, ante 0,5% em relação à previsão anterior, “como resultado tanto da queda dos preços de energia quanto da maior resiliência da economia ao ambiente internacional desafiador”, indica o documento.

Para 2024 e 2025, as projeções são de expansão de 1,6%. As previsões para os anos anteriormente eram de crescimento de 1,3% e 1,4%, respectivamente.

Sobre as previsões da política monetária, o boletim ressalta que a inflação está “muito alta” há “muito tempo” e que o elevado nível de incerteza reforça a importância de uma abordagem dependente de dados.

O BCE adverte que as últimas previsões foram finalizadas no início de março, ou seja, antes dos recentes transtornos no setor bancário.

Falando sobre as turbulências globais das últimas semanas, o BC europeu avalia que elas “implicam incerteza adicional em torno das avaliações de base da inflação e do crescimento”.

Ainda, o boletim destaca que, mesmo antes dos desdobramentos mais recentes, a trajetória para a inflação já tinha sido revista para baixo, motivada por uma menor contribuição dos preços de energia na taxa do que era esperado.

O Conselho Europeu e o Parlamento da União Europeia (UE) chegaram na quinta-feira, 30, a um acordo provisório de que as energias renováveis devem ser responsáveis por 42,5% do consumo total de energia até 2030. O acordo, que ainda precisa ser formalmente endossado por ambas as instituições, inclui também a permissão para a UE de atingir 45% do consumo total de energia no mesmo período – acima da meta atual de 32% e da proposta original da Comissão Europeia de 40%, em 2021.

O objetivo geral da legislação é reduzir as emissões de gases causadores de efeito estufa em pelo menos 55% até o final da década.
A nova diretiva de energia renovável acordada (RED III) inclui vários objetivos específicos do setor. Para a indústria de transporte, os Estados-membros podem escolher entre uma meta obrigatória para reduzir a intensidade dos gases de efeito estufa em 14,5% ou aumentar a participação de energia renovável no consumo final para 29% – ambos até 2030.

O acordo estabelece ainda uma “submeta” obrigatória para biocombustíveis avançados, de 5,5% na participação de energia renovável para o setor de transporte até 2030, dos quais 1% deve ser combustível renovável de origem não biológica (RFNBOs). As partes também concordaram em aumentar o uso de energia renovável na indústria em 1,6% ao ano e em edifícios para 49% até 2030.