Economia
Exportações caem

Balança comercial registrou superávit de US$ 7,483 bilhões em março

Na última semana de março (25 a 31), o superávit foi de US$ 1,987 bilhão, com vendas de US$ 6,095 bilhões e compras de US$ 4,108 bilhões.

Compartilhe:
05 de abril de 2024
Vinicius Palermo
Balança comercial registrou superávit de US$ 7,483 bilhões em março
O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão,

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 7,483 bilhões em março. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados na quinta-feira, 4, o valor foi alcançado com exportações de US$ 27,980 bilhões e importações de US$ 20,498 bilhões.

Na última semana de março (25 a 31), o superávit foi de US$ 1,987 bilhão, com vendas de US$ 6,095 bilhões e compras de US$ 4,108 bilhões.

No mês, as exportações registraram queda de 14,8% na comparação com igual período em 2023, devido ao recuo de US$ 1,87 bilhão (-20,8%) em Agropecuária; queda de US$ 2,01 bilhões (-23,9%) em Indústria Extrativa e redução de US$ 950 milhões (-6,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

As importações também tiveram queda, de 7,1%, em março, ante igual mês do ano passado, com crescimento de US$ 40 milhões (10,4%) em Agropecuária; recuo de US$ 30 milhões (-2,1%) em Indústria Extrativa e redução de US$ 1,56 bilhão (-7,8%) em produtos da Indústria de Transformação.

O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, destacou na quinta-feira que a cotação menor de bens agrícolas influenciou a redução das exportações registradas em março, sobretudo pela queda no preço da soja.

No mês passado, as exportações somaram US$ 7,1 bilhões na agropecuária, contra US$ 9 bilhões fechados em igual período do ano passado. O valor caiu 20,8%, impactado principalmente pelo recuo de 19,2% nos preços, contra queda de apenas 1,5% no volume exportado no mês neste segmento.

No caso da soja, as vendas caíram 26,7% em valor, com redução de 23,1% no preço. Brandão ainda lembrou que, em março de 2023, as exportações tiveram uma performance excepcional, o que elevou muito a base de comparação para o período neste ano.

Além das mercadorias agrícolas, pesou na queda das exportações a redução das vendas de petróleo, também pela base alta de comparação do ano passado. O volume caiu 28%, enquanto os preços reduziram em 10,4%.

A Secex do MDIC revisou a previsão de superávit comercial de 2024 para baixo. Agora, a expectativa é de que, no ano, o saldo positivo das contas feche em US$ 73,5 bilhões, ante US$ 94,4 bilhões da previsão inicial. No ano passado, a balança teve superávit recorde, de US$ 98,9 bilhões. A nova projeção representa uma queda de 25,7% em comparação com o saldo de 2023.

Agora, a pasta espera que as exportações somem US$ 332,6 bilhões neste ano – queda de 2,1% em relação a 2023. A projeção inicial, de janeiro, era de exportações de US$ 348,2 bilhões – número maior que o do ano passado, quando as vendas somaram US$ 339,7 bilhões.

Nas importações, o dado também foi ajustado, para cima. Agora, a expectativa é de que as compras somem US$ 259,1 bilhões em 2024, alta de 7,6% na comparação com 2023. Inicialmente, o MDIC projetava US$ 253,8 bilhões em importações. No ano passado, esse número fechou em US$ 240,8 bilhões.

Já na corrente, o número caiu de US$ 602 bilhões para US$ 591,7 bilhões, contra US$ 580,5 bilhões registrados em 2023.

O forte valor exportado nos meses de janeiro e fevereiro compensou a queda (-14,8%) registrada em março e fez com que o Brasil atingisse recorde de exportação para primeiros trimestres no início deste ano. Foram US$ 78,3 bilhões em vendas, uma alta de 3,2% na comparação com o ano passado. O avanço foi puxado pelo crescimento de 6,8% no volume exportado, contra queda de 3,4% nos preços.

Com isso, o saldo do primeiro trimestre também foi recorde para o período, com superávit de US$ 19,1 bilhões, contra US$ 15,6 bilhões fechados nos meses de janeiro, fevereiro e março do ano passado – uma alta de 22,2%.

Além das mercadorias que ajudaram nos números nos dois primeiros meses, como é o caso da soja, que começou o ano com embarques fortes, a exportação de açúcares e melaços influenciou fortemente no dado do primeiro trimestre.

O valor vendido cresceu 111,7%, com alta de 78% no volume exportado. Segundo o Diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a expectativa é de que a mercadoria continua a gerar “bastante” receita na balança comercial de 2024.