Economia
Balanço

Alckmin volta a defender busca pelo déficit primário zero

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços disse que a indústria, que muito sofreu nos últimos anos, já cresceu 0,3% no ano passado e que deve crescer com força em 2024.

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14 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Alckmin volta a defender busca pelo déficit primário zero
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, faz palestra de abertura da APAS Show 2024,, no Expo Center Norte, em São Paulo Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, voltou a defender na segunda-feira, 13, a busca pela zeragem do déficit primário. Ele fez a afirmação durante participação na solenidade de abertura da Apas Show, evento do setor supermercadista, em São Paulo.

O ministro voltou a fazer uma espécie de balanço da gestão Lula. Ele disse que a indústria, que muito sofreu nos últimos anos, já cresceu 0,3% no ano passado e que deve crescer com força em 2024.

“O juro real está ainda muito alto, mas a cada reunião do Copom ele vem caindo”, disse Alckmin.  Ele reiterou que a taxa de câmbio permanece favorável às exportações, que no ano passado bateram recorde, atingindo a cifra de US$ 340 bilhões. “Aumentamos em 10 vezes as exportações do agro”, afirmou Alckmin.

Sobre a carga tributária, o ministro disse que ela é alta e que, se não vai ser reduzida com reforma, pelo menos não vai piorar. O vice-presidente também defendeu que se tribute os milionários no Brasil como se faz no exterior.

Diante de uma plateia formada por executivos do setor supermercadista, Alckmin disse que a carne não está na cesta básica, mas que sua alíquota de imposto será 60% menor do que é hoje.

Ele se comprometeu com o setor a organizar uma reunião com os empresários e o Ministério da Fazenda para juntos tentarem ampliar a quantidade de produtos a serem isentados na cesta básica.

O vice-presidente disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará mais um pacote de ajuda ao Rio Grande Sul, mas se negou a dar detalhes. Ele afirmou que prefere deixar os pormenores do plano para o presidente. O que o vice adiantou é que os recursos destinados ao Rio Grande do Sul não afetarão as metas de primário.

Na sexta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já tinha explicado que recursos destinados ao combate de efeitos resultantes de calamidades não entram para a contabilidade fiscal.

“A meta de déficit zero continua e ela é importante para o cumprimento do arcabouço fiscal”, disse o vice-presidente da República.

Alckmin disse também que o presidente Lula já autorizou a importação de 1 milhão de toneladas de arroz para aliviar o impacto na inflação já que o Rio Grande do Sul, que responde por 70% da produção do cereal do País, perdeu toda sua safra em decorrência das enchentes.

“O presidente Lula tem afirmado que não faltarão recursos para socorrer o Rio Grande do Sul”, disse Alckmin, acrescentando que o governo editou uma portaria permitindo a importação de máquinas e equipamentos usados para o Rio Grande do Sul. “Antes era só era permitida a importação de máquinas e equipamentos para os quais não tinha produção nacional. Nós retiramos isso por 30 dias para o Rio Grande do Sul”, explicou.

A Apas, na pessoa de seu presidente, Pedro Lopes, se comprometeu na segunda-feira com a doação de R$ 1 milhão para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. O presidente da Associação de Supermercados do Rio Grande do Sul (AGAS), Antônio Cesar Lombo, disse que a entidade, junto com fornecedores, vai reinaugurar 150 supermercados que foram destruídos pelas forças das águas no Estado.
Além disso, a AGAS doará 100 quites de produtos de primeira necessidade para as vítimas das enchentes. O setor como um todo conseguiu com os fornecedores que os pagamentos das faturas vencidas e as que virão a vencer sejam prorrogados.

Lombo, da AGAS, aproveitou as presenças dos vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e do ministro do Empreendedorismo, Márcio França, à Apas Show, na segunda em São Paulo, para pedir a prorrogação da cobrança de impostos dos supermercados gaúchos por pelo menos 30 dias.

Na sua abertura oficial, a Apas Show exibiu vídeo em homenagem ao empresário do setor supermercadista Abílio Diniz, morto em 18 de fevereiro deste ano, vítima de uma pneumonite. “Abílio Diniz não foi só um empresário, mas um ícone do setor supermercadista brasileiro”, dizia o vídeo.