Economia
Medidas de resgate

Alckmin promete anunciar boas notícias para a indústria

“Se preparem, dia 25 vamos ter boas notícias para a indústria”, prometeu Alckmin, ao encerrar um discurso.

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15 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Alckmin promete anunciar boas notícias para a indústria
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou na segunda-feira, 15, que o governo está trabalhando em um conjunto de medidas voltadas à indústria para apresentá-lo no próximo dia 25, quando é comemorado o Dia da Indústria. “Se preparem, dia 25 vamos ter boas notícias para a indústria”, prometeu Alckmin, ao encerrar um discurso no Fórum Paulista de Desenvolvimento, realizado em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Além do prefeito do município, Orlando Morando, participaram da abertura do fórum representantes da Volkswagen, Mercedes-Benz e Scania, montadoras instaladas em São Bernardo. A expectativa é que o pacote inclua medidas de resgate do carro popular e de apoio à indústria de caminhões num esforço para aquecer o mercado de veículos.

Em seu discurso, que deu foco à agenda de competitividade do governo, Alckmin não avançou nas ações a serem lançadas. Limitou-se a dizer que estão sendo estudados vários projetos “mais focados”.

Apesar das medidas específicas às indústrias, Alckmin considerou ser mais importante evoluir nas medidas macroestruturais, como a reforma tributária e o novo marco fiscal, de modo a enfrentar a elevada carga de impostos carregada pela indústria e o alto custo de capital.

“Precisamos agir nas causas do baixo crescimento”, disse o vice-presidente, que deixou o local às pressas, sem dar entrevista à imprensa, para participar da reunião de ministros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para as 10h30 no Palácio do Planalto.

O vice-presidente da República avaliou que o câmbio, com a cotação do dólar oscilando ao redor de R$ 5,00, está em patamar competitivo para os produtos brasileiros. “O câmbio está bom”, disse Alckmin em discurso no Fórum Paulista de Desenvolvimento, acrescentando que o dólar mais próximo a R$ 1,00 “mata a indústria”, já que torna “muito mais barato importar”.

E declarou: “Hoje, o câmbio a R$ 4,90 ou R$ 5,00, vai variar um pouco nessa faixa, é um câmbio competitivo. Ele não pode ter grandes oscilações.”

A agenda de competitividade esteve no foco do discurso de Alckmin, que elencou medidas tomadas ou planejadas pelo governo nas áreas de educação, logística e comércio exterior.

Além de prometer um grande programa de concessões e de PPS (parcerias público-privadas), como forma de corrigir atrasos na infraestrutura de transporte, o vice-presidente defendeu que os acordos comerciais privilegiem os países vizinhos do continente, principal destino dos produtos industriais exportados pelo Brasil.

Em paralelo, pontuou, será um “passo importante” ao comércio exterior se o Mercosul fechar acordo com a União Europeia.

Durante o fórum, realizado em São Bernardo do Campo, Alckmin também manifestou otimismo sobre a queda dos juros, considerando não haver no País uma inflação de demanda, mas sim uma inflação importada, por conta do choque de oferta decorrente da guerra na Ucrânia, e de preços administrados, dada a reoneração dos tributos federais sobre combustíveis.

Após declarar que não vê sentido na Constituição ter uma regra de teto dos gastos, o vice-presidente disse também estar otimista com a votação nas próximas semanas do novo arcabouço das contas públicas, que considerou ser uma proposta inteligente por estabelecer bandas para as metas de fiscais.