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Alckmin diz que fortalecer acordos comerciais é uma das prioridades do governo federal

A declaração foi dada durante a abertura do 1º Encontro Nacional da Indústria e Serviços, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

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05 de março de 2024
Vinicius Palermo
Alckmin diz que fortalecer acordos comerciais é uma das prioridades do governo federal
Geraldo Alkmin, vice-presidente do Brasil e ministro do MDIC, durante entrevista no programa, Bom Dia, Ministro, nos estúdio da EBC. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na terça-feira (5) que, entre as prioridades atuais do governo, no âmbito da economia, estão o fortalecimento de acordos comerciais com países vizinhos e o fomento da indústria através da digitalização e desburocratização.

A declaração foi dada durante a abertura do 1º Encontro Nacional da Indústria e Serviços, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Participam do evento 30 entidades setoriais, que representam aproximadamente 6 mil companhias.

“O presidente Lula recomeçou a inserção do Brasil no mercado global começando pelos vizinhos, aqui pela América do Sul. O mundo, embora seja globalizado, o comércio é muito intrarregional. Se a gente pegar Canadá, Estados Unidos e México, 50% é entre eles. Se pegar a União Europeia, 60% é entre eles”, disse.

“Precisamos recuperar os vizinhos, retomar as exportações e o comércio na nossa região. Na América Latina, é 26% somente o comércio intrarregional. Então, a primeira boa notícia foi a ampliação do Mercosul. Eram quatro países e ingressou a Bolívia. Depois de 12 anos, o Mercosul fez um acordo com a Singapura e está trabalhando a União Europeia. Vai ser muito importante esse avanço. Ele é permanente, é um esforço que o Mercosul tem feito”, emendou.

Alckmin disse que o Brasil “não tem nenhum litígio”, o que deve ser aproveitado como uma vantagem no fechamento de negócios. Ele acrescentou que o momento é marcado por “muita liquidez” no mundo e que isso pode ensejar o aumento de investimentos no país.

O vice-presidente, que também cumpre agenda em Sorocaba, onde visitará uma fábrica da Toyota, comemorou algumas realizações do primeiro ano de governo e pontuou outras metas que devem nortear as políticas públicas na área econômica, como a sustentabilidade e a diminuição do custo de capital. Como destaques, citou a queda da inflação, do Risco Brasil, do dólar, que provoca a valorização do real. “E tivemos aumento das exportações, do Produto Interno Bruto, da Bolsa. Tivemos ganhos importantes”, acrescentou. “Devemos ter um ano melhor”, avaliou.

Também presente no evento, o presidente da Fiesp, Josué Gomes, seguiu a linha de Alckmin e discursou a favor da transição energética, que considera ferramenta fundamental para se refrear as mudanças climáticas e as desigualdades sociais. Para Gomes, outro ponto importante é a promoção da Indústria de Transformação. “Se a Indústria de Transformação estivesse puxando o crescimento, estaríamos crescendo muito mais”, afirmou.

O vice-presidente disse ainda que a meta da pasta é publicar até o fim do mês toda a regulamentação do Mover, o programa que prevê R$ 19,3 bilhões, até 2028, na produção de carros mais seguros e menos poluentes.

Segundo Alckmin, o sucesso do Mover está comprovado na série de investimentos relevantes anunciados pelas montadoras após seu lançamento.

Após participar de um evento na Fiesp, o vice-presidente se dirigiu a Sorocaba, no interior paulista, para visitar a fábrica da Toyota, que, conforme antecipou o próprio Alckmin no domingo, vai anunciar investimentos de R$ 11 bilhões.

Na quarta-feira, é aguardado o anúncio de um investimento histórico da Stellantis, grupo que produz carros das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën. No total, conforme a Anfavea, entidade que representa a indústria automotiva, R$ 100 bilhões serão investidos pelas montadoras e seus fornecedores de peças até 2029 .

“Esperamos que toda a regulamentação do Mover seja publicada até o fim do mês”, informou.
Durante o evento, o vice-presidente disse que as exportações no Brasil cresceram, no ano passado, dez vezes mais do que a média mundial, porém com um desempenho muito puxado pelas commodities. O desafio agora, reforçou, é exportar também produtos industriais e serviços. “No passado era assim: exportar é o que importa, é a solução. Virou exportar é a salvação”, declarou Alckmin, ao dizer que o País precisa ter mais empresas exportadoras.

Nesse objetivo, ele elencou esforços para fortalecer o comércio inter-regional e o acordo de livre comércio assinado entre Mercosul e Cingapura, assim como o crédito a exportações oferecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com spread 60% mais baixo.

Ao apontar os juros altos como o grande entrave aos investimentos, Alckmin citou o projeto que prevê a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD) como um instrumento que permitirá à indústria captar recursos 1,5% mais barato, dada a isenção do imposto de renda do título.