Marvym de Brito
Marvym de Brito
Saúde e Bem Estar

Fuja dos ultraprocessados

Trazendo a evolução para parte alimentar, vamos entender um pouco da pirâmide alimentar e de como ela vem se modificando.

Compartilhe:
19 de abril de 2023
Vinicius Palermo
Fuja dos ultraprocessados
Os alimentos ultraprocessados são vilões da saúde

O que vem a sua cabeça quando você pensa na expressão, comida de verdade? Provavelmente o que logo viria na cabeça de nossos avós por exemplo seria, arroz, feijão, carne e os outros alimentos que eram preparados na cozinha.

O processo de evolução está cada vez mais acelerado, nos falta tempo para o encontro com a família onde geralmente sentamos a mesa pra comer, falta tempo para o preparo de todas as refeições do dia, facilitando a compra de alimentos com seu rápido preparo vindo da rua e até mesmo aquele alimento instantâneo, de paladar agradável e que vai te saciar rapidamente.

Trazendo a evolução para parte alimentar, vamos entender um pouco da pirâmide alimentar e de como ela vem se modificando com o passar do tempo. Para um bom funcionamento do corpo é essencial que as fontes de energia estejam bem distribuídas. Associamos essa distribuição a quantidade de nutrientes que precisamos diariamente. Divididos em carboidratos, lipídios e proteínas a classificação que resiste até hoje na ciência da nutrição.

A inversão dessas proporções e como ela está distribuída durante o nosso dia a dia é o que vem chamando a atenção, tendo em consideração que hoje, o Brasil é o quarto colocado, no número de pessoas obesas.

O Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, desde 1980 avalia tudo o que as famílias brasileiras adquirem para o consumo em domicílio e uma vez identificado que o número da população obesa só cresce, o aumento do consumo de arroz e feijão também está em alta e a diminuição do açúcar e óleo também foi notado.

A contradição foi identificada pelo aumento no consumo de bolachas, salgadinhos, refrigerantes e outras bebidas adoçadas e pratos prontos o que não vai de encontro com a distribuição saudável dos nutrientes. Não basta somente olhar os alimentos na perspectiva dos nutrientes. É necessário mudar radicalmente a forma de olhar para eles. O consumo de arroz e feijão é positivo para essas famílias na mesma proporção que os refrigerantes, por exemplo. Saindo de uma refeição com alimentos in natura e migrando para os ultraprocessados.

Os ultraprocessados são formulações industriais, geralmente feita por partes dos alimentos. São feitos, por exemplo, com o açúcar de um alimento, com o amido extraído de outro alimento, e com a proteína de um outro alimento. Praticamente não tem nenhum alimento inteiro em sua composição, além da adição de substâncias industrializadas e aditivos cosméticos que potencializam as características sensoriais. E por que devemos fugir dos ultraprocessados?

Potencializando os números da obesidade e doenças crônicas, o perfil nutricional não é equilibrado. Possuem mais açúcar, mais gordura saturada e gordura trans, mais sódio, menos fibra, vitaminas e sais minerais e o baixo potencial a saciedade, sentindo fome de forma mais frequente.

A depressão também está associada a uma alimentação pobre em sua distribuição de nutrientes. Estudos vindos da França e Espanha, mostraram que a ingestão de alimentos de baixo valor nutricional e o excesso compostos de bioativos aumentam o risco de depressão.

O que pode nos guiar na fuga dos ultraprocessados é a informação. As tabelas nutricionais precisam estar evidentes e claras na descrição do produto. Analisar se realmente um biscoito que propaga ter aveia e mel em sua composição, não vem disfarçado de açúcar. O estímulo de uma boa alimentação com comida de verdade, aliado a prática regular de atividade física, segue sendo o carro chefe contra a obesidade e doenças crônicas.