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BeiGene, de biotecnologia em oncologia, chega ao Brasil

A BeiGene tem planos para uma futura expansão para Argentina, México, Chile, Colômbia, Uruguai e outros países.

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15 de abril de 2023
Vinicius Palermo
BeiGene, de biotecnologia em oncologia, chega ao Brasil
BeiGene: o Brasil é maior mercado de oncologia da região, com 53% de todos os pacientes

A BeiGene, multinacional chinesa de biotecnologia especializada em desenvolvimento de medicamentos para o tratamento do câncer e listada nas bolsas da Nasdaq, Hong Kong e Xangai, anunciou na sexta-feira, 14, a inauguração de seu escritório em São Paulo, o primeiro passo da expansão da empresa na América Latina.

O Brasil é maior mercado de oncologia da região, com aproximadamente 53% de todos os pacientes latino-americanos. “Como o maior mercado da América Latina com necessidades não atendidas significativas, o Brasil representa uma base crucial na luta global contra o câncer”, disse Alex Carvalho, presidente da BeiGene no Brasil. A empresa não divulgou o valor do investimento.

A companhia tem planos para uma futura expansão para Argentina, México, Chile, Colômbia, Uruguai e outros países. “Expandir nossa presença global na América Latina avança o crescimento global da BeiGene e o compromisso de fornecer medicamentos acessíveis a mais pacientes em todo o mundo”, diz John V. Oyler, presidente, cofundador e CEO da BeiGene.

No início deste ano, a BeiGene submeteu para análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o tislelizumabe, uma imunoterapia para tratar câncer de pulmão de células não pequenas e câncer de esôfago.

Como parte do programa global de desenvolvimento clínico da empresa, que já inscreveu mais de 20 mil pacientes em ensaios clínicos em mais de 45 mercados, a BeiGene aguarda aprovação local para a inscrição de pacientes no Brasil para 12 ensaios clínicos globais em andamento, incluindo estudos principais e de registro para o tislelizumabe e outras terapias.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a entrada da BeiGene no Brasil e  disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem como prioridade a reindustrialização da economia brasileira, com o apoio do capital chinês. “Foi um salto de qualidade nas nossas relações”, disse a jornalistas, em entrevista que seria inicialmente com Lula. “A China continua entusiasmada a participar de concessões no Brasil”, comentou.

Haddad citou que uma das conversas na viagem ao país asiático foi para a instalação de uma fábrica de veículos elétricos chinesa no Brasil, da montadora BYD, que já produz 400 mil unidades por ano e quer ficar com a fábrica da Ford na Bahia.

Ele disse que empresas americanas deixaram o Brasil nos últimos anos, enquanto as chinesas entraram no país. Brasília, porém, não tem preferência por este ou aquele parceiro comercial. “Não faz sentido se aproximar da China e se afastar dos Estados Unidos.”

“Queremos as melhores relações com Estados Unidos e a União Europeia”, afirmou o ministro, ressaltando que espera mais parcerias com esses mercados.

A agenda de Lula ainda prevê o fortalecimento do Mercosul, até para conseguir maior poder de negociação no comércio internacional, ressaltou o ministro.

O presidente restabeleceu a agenda de comércio em moeda local, sem passar pelo dólar, disse Haddad, ressaltando que essa é uma ideia muito antiga e que tinha perdido força recentemente.