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Petrobras vai revitalizar plataformas para reduzir descomissionamentos

Os preços de plataformas novas estão altos e, até por isso, a empresa busca alternativas, o que será mais uma oportunidade para a indústria de estaleiros nacional.

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18 de setembro de 2024
Petrobras vai revitalizar plataformas para reduzir descomissionamentos
Foto: Divulgação

A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse na quarta-feira, 18, que a estatal vai buscar renovar plataformas listadas para desmontagem e destinação a fim de reutilizá-las em outros projetos. Isso, afirmou, permitiria alongar a curva de descomissionamentos e reduzir os custos da companhia nesta frente.

Segundo a diretora, a Petrobras tem mais de 50 plataformas a serem descomissionadas e uma pequena parte disso poderá ser reutilizada. No plano estratégico 2024-2028, há previsão de desmontagem e destinação de 23 dessas unidades.

“Vamos revitalizar algumas plataformas. Ainda estamos fazendo estudos de quantas serão. Vamos poder fazer alguns ‘revamps’ (renovação), mas isso depende de análise econômica. É uma reutilização delas para outros projetos. Mas isso é um número muito menor do que essas 50 a descomissionar”, disse.
Ela falou a jornalistas na saída do 1º Seminário de Descomissionamento Offshore, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio.

Segundo Dos Anjos, os preços de plataformas novas estão altos e, até por isso, a Petrobras busca alternativas. “Vamos ter plataformas revitalizadas, e essa é mais uma oportunidade para a indústria de estaleiros nacional”, afirmou.

No discurso, a diretora da Petrobras disse que há um “passivo grande” relacionado ao processo de abandono de plataformas, que impõe gastos sem retorno à Petrobras. “A gente investe, põe uma unidade (em atividade) e tem óleo em troca. Esse investimento em (descomissionamento) não tem isso. Então a gente tem que fazer isso com muita otimização de custo, da melhor forma”, disse a diretora da Petrobras.

A essa altura, ela reforçou que o ideal seria fazer isso de forma gradativa para ainda ter alguma rentabilidade de algumas unidades. “Vamos ter de descomissionar mais do que comissionar plataformas. Descomissionar estava lá no fim da linha (de atividades), mas chegou. Há muitas unidades hibernadas, precisando ser descomissionadas. Temos hoje um passivo muito grande nesse sentido. Vamos trabalhar com engenharia e inovação para fazer isso da melhor forma possível”, disse.

A Petrobras informou que alcançou a marca inédita de um milhão de acionistas individuais na bolsa brasileira. Em cinco anos, houve um crescimento de 170% do número de pessoas que possuem ações da companhia. Em nota, a estatal destaca ainda que atualmente o porcentual de investidor pessoa física no capital social da estatal é maior que o dos investidores institucionais brasileiros.

“O aumento do número de acionistas se soma a uma série de boas notícias que a companhia vem obtendo no mercado e reflete a confiança dos investidores no potencial da companhia e na geração de valor de seus projetos e resultados”, destaca.

Segundo a estatal, o retorno ao acionista preferencial da companhia (valorização + dividendos) no ano é de 11,4%, ao passo em que o petróleo do tipo Brent, referência no mercado internacional, se desvalorizou 4,1% e o índice Ibovespa avançou 0,6%.

A Petrobras informou ainda que as informações sobre uma redução nos preços dos combustíveis não procedem, esclarecendo que ajustes nos preços são parte de suas operações regulares e ocorrem conforme necessário. Segundo a companhia, quando há mudanças nos preços, a atualização da tabela de preços é comunicada de imediato aos clientes através dos canais oficiais.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a petroleira informou que realiza um monitoramento diário das variações nos preços do petróleo no mercado internacional e seus impactos no Brasil, como parte de suas operações rotineiras.

A empresa enfatizou ainda que quaisquer ajustes necessários nos preços de seus produtos serão feitos com base em análises técnicas detalhadas e independentes. “Essas análises levam em consideração a posição de mercado da Petrobras e a eficiência de suas operações de refino e logística, seguindo as diretrizes de sua estratégia comercial”, destaca a companhia.

Segundo a empresa, essa estratégia visa oferecer preços competitivos, alinhados tanto com o mercado internacional quanto com o nacional, minimizando o impacto da volatilidade dos preços internacionais e das flutuações cambiais. O objetivo é assegurar estabilidade de preços para os clientes, evitando repasses imediatos das variações conjunturais.