Economia
Apetite por riscos

Ibovespa atinge pico de 2024, mirando os 134 mil pontos e máxima histórica

Pelo sétimo pregão consecutivo, a referência da B3 foi beneficiada com um maior apetite a ativos de risco após índice de preços ao consumidor

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14 de agosto de 2024
Vinicius Palermo
Ibovespa atinge pico de 2024, mirando os 134 mil pontos e máxima histórica
O setor financeiro, com Itaú PN e Unit do Santander Brasil subindo mais de 2%, e a Petrobras (ON +1,81% e PN +1,75%) foram destaques positivos na quarta-feira.

Em dia de vencimento de opções sobre o índice, o Ibovespa atingiu o pico do ano e fechou em seu maior valor em pontos de 2024. Pelo sétimo pregão consecutivo, a referência da B3 foi beneficiada com um maior apetite a ativos de risco após índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos dentro do esperado reforçar a expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em setembro. Assim, mira os 134 mil pontos e se aproxima da máxima histórica de 27 de dezembro de 2023 (134.193,72 pontos).

Sem surpresa negativa no CPI dos EUA, o cenário-base é corte de juros pelo Fed em setembro, segundo Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

O índice americano subiu 0,2% em julho ante junho. O resultado, dentro do esperado, deve “contribuir para esse momentum mais positivo de curto prazo dos ativos de risco”, segundo Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset.

O fluxo, com giro financeiro de R$ 63,4 bilhões no dia, também teve suporte da expectativa com o potencial impacto nas mudanças do MSCI para o índice de mercados emergentes, segundo Júlia Monteiro, analista da MyCap. Ela destaca ainda o vencimento de opções sobre o índice Bovespa.

Segundo o Bank of America (BofA), o peso do Brasil no índice de mercados emergentes (EM), atualmente em 4,6%, deve subir 14% após o rebalanceamento “significativo” anunciado pelo MSCI nesta semana, com a possibilidade de que empresas brasileiras listadas nos EUA se tornem elegíveis para inclusão nos índices da MSCI.

O setor financeiro, com Itaú PN e Unit do Santander Brasil subindo mais de 2%, e a Petrobras (ON +1,81% e PN +1,75%) foram destaques positivos na quarta-feira. Já na ponta negativa, por sua vez, Localiza registrou fortes perdas de 16,84% após depreciação proporcionar um impacto bilionário no balanço do segundo trimestre de 2024. Além disso, o minério de ferro no menor preço (a US$ 99,61) do ano em Dalian, na China, pesou em Vale (-0,92%) e CSN Mineração (-4,58%).

O Ibovespa fechou com alta de 0,69%, aos 133.316,99 pontos, no maior nível em pontos deste ano. No dia, chegou a tocar máxima (+1,04%) de 133.777,18 pontos e mínima (-0,22%) aos 132.112 pontos.

Após seis pregões seguidos de queda, em que acumulou desvalorização de 5,08%, o dólar apresentou na quarta-feira, 14, alta moderada no mercado doméstico, mantendo-se abaixo da linha de R$ 5,50.

Segundo operadores, o dia foi marcado por ajustes e realização de lucros, além de recomposição parcial de posições defensivas em meio ao aumento dos ruídos políticos internos.

Pela manhã, a moeda até ensaiou nova queda, após leitura de inflação ao consumidor nos EUA em julho dentro das expectativas chancelar a aposta de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) em setembro, com chances praticamente divididas entre 25 pontos e 50 pontos-base.

Com mínima a R$ 5,4292 e máxima a R$ 5,4872, à tarde, o dólar à vista encerrou a sessão de quarta-feira, 14, em alta de 0,36%, cotado a R$ 5,4693. Apesar do avanço, a divisa apresenta baixa de 0,83% na semana e desvalorização de 3,29% em agosto.

Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, o tropeção do real sugere que investidores estão refazendo parte das posições “compradas” em dólar que foram desfeitas nos últimos dias, para não deixar que a taxa de câmbio fique muito abaixo de R$ 5,50, que ele vê como um ponto de equilíbrio no curto prazo.