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IPCA registrou aumento de 0,46% em maio

O resultado veio no teto do intervalo de estimativas dos analistas ouvidos pela reportagem, que previam um aumento entre 0,32% e 0,46%

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12 de junho de 2024
Vinicius Palermo
IPCA registrou aumento de 0,46% em maio
O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 3,93%, também no teto do intervalo das estimativas de analistas, que iam de 3,77% a 3,93%, com mediana de 3,87%.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou maio com alta de 0,46%, ante uma elevação de 0,38% em abril, informou na terça-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio no teto do intervalo de estimativas dos analistas ouvidos pela reportagem, que previam um aumento entre 0,32% e 0,46%, com mediana positiva de 0,40%. A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,27%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 3,93%, também no teto do intervalo das estimativas de analistas, que iam de 3,77% a 3,93%, com mediana de 3,87%.

A alta de 0,46% registrada em maio de 2024 foi o resultado mais alto para o mês desde 2022, quando ficou em 0,47%. Em maio de 2023, a taxa tinha sido mais baixa, de 0,23%. Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou, após uma sequência de sete meses consecutivos de arrefecimento: passando de 3,69% em abril para 3,93% em maio, retomando assim o patamar de março deste ano.

A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%.
O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, se manteve em 57% em maio, mesmo resultado visto em abril, segundo o IBGE. A difusão de itens alimentícios passou de 53% em abril para 60% em maio. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 60% em abril para 56% em maio.

O grupo Alimentação e Bebidas saiu de um aumento de 0,70% em abril para uma elevação de 0,62% em maio. O grupo contribuiu com 0,13 ponto porcentual para a taxa de 0,46% do IPCA do último mês.
O custo da alimentação no domicílio subiu 0,66% em maio. As famílias pagaram mais pela batata inglesa (20,61%), cebola (7,94%), leite longa vida (5,36%) e café moído (3,42%). A batata inglesa foi o item de maior pressão sobre o IPCA do mês, uma contribuição de 0,05 ponto porcentual.

Já a banana-prata, que recuou 11,74% em maio, teve o maior impacto negativo, ajudando a conter a inflação do mês em -0,03 ponto porcentual. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,50% em maio. O lanche subiu 0,78%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,36%.

Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma alta de 0,14% em abril para um avanço de 0,44% em maio. O grupo contribuiu com 0,09 ponto porcentual para a taxa de 0,46% registrada pelo IPCA de maio.

As passagens aéreas ficaram 5,91% mais caras, um impacto de 0,03 ponto porcentual no IPCA.
Os combustíveis subiram 0,45% em maio. O gás veicular teve queda de 0,08%, enquanto os demais subiram: etanol (0,53%), óleo diesel (0,51%) e gasolina (0,45%). O metrô avançou 1,21%, devido ao reajuste de 8,69% no Rio de Janeiro a partir de 12 de abril. O táxi subiu 0,55%, em decorrência do reajuste médio de 17,64% no Recife a partir de 22 de abril.

Oito dos nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em maio. Houve deflação apenas em Artigos de Residência (queda de 0,53% e impacto de -0,02 ponto porcentual).

Os aumentos foram registrados em Alimentação e Bebidas (0,62%, impacto de 0,13 p.p.), Saúde e Cuidados Pessoais (0,69%, impacto de 0,09 ponto porcentual), Habitação (0,67%, impacto de 0,10 ponto porcentual), Despesas Pessoais (0,22%, impacto de 0,02 p.p ), Educação (0,09%, impacto de 0,01 p.p.), Vestuário (0,50%, impacto de 0,03 p.p.), Transportes (0,44%, impacto de 0,09 p.p.) e Comunicação (0,14%, impacto de 0,01 p.p.).

Apenas uma das 16 regiões investigadas pelo IBGE registrou queda de preços em maio. O resultado mais brando foi verificado em Goiânia, -0,06%, enquanto o mais elevado ocorreu em Porto Alegre, 0,87%.

A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 0,05% em abril para uma alta de 0,40% em maio. Segundo André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, houve influência dos aumentos nas passagens aéreas, alimentação fora de casa e planos de telefonia móvel. “A inflação de serviços ainda ficou abaixo do IPCA geral em maio”, ressaltou Almeida.

Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta 0,74% em abril para aumento de 0,55% em maio. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 4,60% em abril para 5,09% em maio, retomando o patamar de março.