O objetivo do Ministério de Portos e Aeroportos é lançar uma linha de crédito permanente para a aviação. A informação foi destacada pelo ministro responsável pela pasta, Silvio Costa Filho, ao ser questionado sobre o andamento do fundo garantidor de crédito para as aéreas.
“O que estamos discutindo, com a Fazenda e o BNDES, é a estruturação de uma agenda de crédito permanente para as aéreas”, disse Costa Filho, durante evento promovido na segunda-feira, 25, em São Paulo para anunciar investimentos no aeroporto de Congonhas.
O ministro voltou a falar que o plano do governo não é utilizar recursos do Tesouro para apoiar as aéreas, mas sim garantir esse acesso ao crédito.
Silvio Costa Filho ressaltou que outros setores, como o agronegócio, indústria e tecnologia, já possuem uma agenda de crédito permanente. “É natural que as aéreas também tenham para ganhar mais previsibilidade e poderem crescer”, acrescentou.
Segundo o ministro, o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, começou a se reunir com as companhias aéreas no final da semana passada e deve conversar com todas até a sexta-feira.
A partir daí, a expectativa é elaborar uma proposta final e apresentá-la para a aprovação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao longo dos últimos meses, Silvio Costa Filho apresentou diferentes prazos para a apresentação do projeto. No entanto, garantiu na segunda-feira que espera ter “avanços significativos” na pauta ao longo do mês de abril.
O ministro disse estar otimista sobre o processo de recuperação judicial da Gol. A expectativa é que a companhia saia dele “muito maior”. “Estou muito confiante de que esse processo da Gol vai permitir que ela funcione bem e comece a apresentar resultados significativos para a população brasileira”, comentou.
Costa Filho disse ainda que outras companhias, como Delta, American Airlines e Latam, também enfrentarem recuperações judiciais e “hoje estão muito maiores do que estavam lá atrás”.
Em 25 de janeiro, a Gol entrou com um pedido voluntário de recuperação judicial no Tribunal de Falências dos Estados Unidos, num processo conhecido como Chapter 11, para dar início a sua reestruturação financeira. Em setembro do ano passado, a dívida bruta da companhia era de R$ 20,227 bilhões.
Em comunicado lançado na época, a Gol afirmou que utilizará o processo para “reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo”.