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Iberdrola tem planos de investir R$ 23,3 bilhões no Brasil

O Brasil aparece como quarto principal destino do grupo, atrás de Estados Unidos, Reino Unido e Península Ibérica.

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23 de março de 2024
Vinicius Palermo
Iberdrola tem planos de investir R$ 23,3 bilhões no Brasil
O presidente executivo da Iberdrola, Ignacio Galán

A espanhola Iberdrola, controladora da Neoenergia, anunciou na quinta-feira, 21, um plano de investimentos de 36 bilhões de euros (R$ 194,7 bilhões) nos próximos três anos (2024-2026), dos quais 21,5 bilhões de euros (R$ 116 bilhões) serão aplicados em ativos de redes elétricas. Considerando 5 bilhões de euros (R$ 27 bilhões) de recursos de parceiros em renováveis, o plano de negócios total do grupo chega a 41 bilhões de euros (R$ 221,7 bilhões).

O Brasil receberá cerca de 12% do total previsto, ou 4,32 bilhões de euros (R$ 23,36 bilhões), totalmente destinados a ativos de transmissão e distribuição. O País aparece como quarto principal destino do grupo, atrás de Estados Unidos, Reino Unido e Península Ibérica.

O presidente executivo da Iberdrola, Ignacio Galán, disse que a estratégia do grupo está centrada “no fornecimento de uma rede melhorada para apoiar a segurança do abastecimento, o que representa agora 60% do nosso investimento total, bem como numa forte expansão da capacidade de energias renováveis, impulsionada pela substituição de tecnologias fósseis e pela procura adicional”.

Do total destinado ao Brasil, 3,15 bilhões de euros (R$ 17 bilhões) serão aplicados no segmento de distribuição, no qual a espanhola opera, por meio da Neoenergia, as distribuidoras na Bahia (Coelba), Pernambuco (Celpe), Rio Grande do Norte (Cosern) e São Paulo (Elektro).

Já o segmento de transmissão brasileiro receberá R$ 2,6 bilhões, ou 18% do total que a empresa planeja nessa atividade. A companhia cita empreendimentos no Brasil que somam 2,4 mil quilômetros de linhas e sete subestações que devem ser executados entre este ano e 2025.

Conforme apresentação feita aos investidores na Espanha, documento também arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a intenção da companhia, com os investimentos em Redes Elétricas, é chegar a 2026 com 54 bilhões de euros (R$ 292 bilhões) em ativos regulados, alta de 28,5% ante o anotado em 2023. Deste total, a previsão é que o Brasil responderá por 23%, se tornando a terceira principal geografia do grupo, apenas atrás de Estados Unidos e Reino Unido, à frente da Espanha.

“Os nossos pilares estratégicos assentam em redes, diversificação geográfica e um mix equilibrado de energia e clientes. Este plano permitirá à companhia aumentar a base de ativos, aumentar a rentabilidade e fortalecer as nossas finanças, assim como aumentar os dividendos e promover o emprego, as competências e o crescimento econômico”, afirmou Galán.

O investimento seletivo em energias renováveis alcançará 15,5 milhões de euros de investimento bruto, incluindo 5 milhões de euros de contribuição dos parceiros em projetos já identificados. Mais de 50% serão destinados à energia eólica offshore, nos EUA, Reino Unido, França e Alemanha. E 100% do investimento será destinado a projetos já em construção.

A empresa quer aumentar sua posição de liderança no setor do armazenamento, com investimento de 1,5 milhão de euros, atingindo 120 milhões de kWh de capacidade de armazenamento por bombagem (+20%), o que confere maior estabilidade ao sistema e volatilidade às margens, com uma reserva adicional de 150 000 milhões de kWh.

A Iberdrola mantém seu compromisso com a sustentabilidade, com um ambiente com zero emissões na produção já em 2030. A previsão é abrir 10 mil novas contratações neste período.
“A eletrificação da energia é imparável e irá expandir-se de maneira exponencial nos próximos anos, apoiando a descarbonização, aumentando a segurança energética e reduzindo a volatilidade causada pelos combustíveis fósseis. Os nossos pilares estratégicos assentam em redes, diversificação geográfica e um mix equilibrado de energia e clientes. Este plano permitir-nos-á aumentar a base de ativos, elevar a rentabilidade e fortalecer as nossas finanças, assim como aumentar os dividendos e promover o emprego, as competências e o crescimento económico”.