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Concessões no crédito livre caem 9,5% em janeiro

No acumulado nos últimos 12 meses até janeiro, o aumento foi de 4,1%. Estes dados não levam em conta ajustes sazonais.

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09 de março de 2024
Vinicius Palermo
Concessões no crédito livre caem 9,5% em janeiro
No crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 3,1% em janeiro, para R$ 280,4 bilhões.

As concessões dos bancos no crédito livre caíram 9,5% em janeiro ante dezembro, para R$ 486,1 bilhões, informou na sexta-feira, 8, o Banco Central (BC). No acumulado nos últimos 12 meses até janeiro, o aumento foi de 4,1%. Estes dados não levam em conta ajustes sazonais.

No crédito para pessoas físicas, as concessões subiram 3,1% em janeiro, para R$ 280,4 bilhões. Em 12 meses até janeiro, houve alta de 9,0%. Já no caso de pessoas jurídicas, as concessões despencaram 22,4% em janeiro ante dezembro, para R$ 205,7 bilhões. Nos 12 meses até janeiro, houve um recuo de 1,2%.

O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro caiu 0,3% em janeiro, para R$ 5,776 trilhões. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, o saldo aumentou 7,6% em 12 meses encerrados em janeiro. Na comparação com dezembro, houve alta de 1,0% no estoque para pessoas físicas e recuo de 2,3% no estoque para pessoas jurídicas.

De acordo com o BC, o estoque de crédito livre caiu 1,0% no primeiro mês de 2024, enquanto o crédito direcionado apresentou alta de 0,6%. No crédito livre, houve elevação de 1,1% no saldo para pessoas físicas em janeiro. Para as empresas, o estoque recuou 3,7% no período.

O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 53,3% para 52,8% na passagem de dezembro para janeiro.

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de dezembro em 48,0%, ante 48,2% registrado em novembro. O recorde da série histórica do Banco Central (BC) ocorreu em julho de 2022 (50,1%). Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,0% no último mês de 2023, ante 30,2% em novembro.

Dezembro foi o sexto mês de operação do programa federal de renegociação de dívidas Desenrola. Na fase do programa iniciada no dia 17 de julho foi possível renegociar dívidas bancárias de consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do Tesouro Nacional. Além disso, o nome de pessoas que tinham dívidas de até R$ 100 nos bancos foi “desnegativado” automaticamente, sem o perdão dos compromissos. A segunda fase, para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640,00), começou no fim de setembro e tem garantia do Tesouro.

Segundo os dados do BC para o mês de dezembro, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou em 26,1%. Em novembro, o porcentual era de 26,6%. O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 24,5% em novembro para 24,1% em dezembro.

O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física (PF) cresceu 0,5% em janeiro ante dezembro, totalizando R$ 1,043 trilhão. Em 12 meses até janeiro, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 11,4%.

Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física avançou 1,4% em janeiro ante dezembro, para R$ 293,586 bilhões. Em 12 meses até janeiro, a variação foi positiva em 12,8%.

O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro caiu 0,1% em janeiro ante dezembro, para R$ 16,151 trilhões. O montante equivale a 147,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, conforme dados divulgados pelo Banco Central.

O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.

No caso específico de empresas, o saldo do crédito ampliado avançou 0,1% em janeiro ante dezembro, para R$ 5,573 trilhões. O montante equivale a 50,9% do PIB.