Economia
Oriente Médio

Presidente da Petrobras se reúne com Adnoc sobre Braskem

A Petrobras é sócia da Novonor na Braskem e, assim como a Adnoc, está fazendo uma due dilligence na petroquímica, para decidir se permanece ou não na companhia.

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16 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Presidente da Petrobras se reúne com Adnoc sobre Braskem
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates

No fim da sua viagem iniciada na Índia em 6 de fevereiro, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, informou em uma rede social que se reuniu em Abu Dhabi com o ministro da Indústria e Tecnologia dos Emirados Árabes Unidos, presidente da COP28 e também CEO da Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc), empresa interessada em entrar no capital da Braskem.

O executivo aproveitou o Carnaval para emendar um evento na Índia sobre transição energética no setor de petróleo (India Energy Week) com viagens a países do Oriente Médio – Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes – para conversar sobre negócios em andamento, como a Refinaria de Mataripe, na Bahia, vendida no governo Bolsonaro para o fundo de investimentos árabe Mubadala, e onde Prates já manifestou intenção de voltar a ter uma participação.

Em Abu Dhabi, o encontro teve como tema Braskem, além de outras oportunidades em gás offshore, refino e outras chances em petroquímica.

A Petrobras é sócia da Novonor na Braskem e, assim como a Adnoc, está fazendo uma due dilligence na petroquímica, para decidir se permanece ou não na companhia.

A Novonor controla a Braskem, com 50,1% do capital ordinário, e a Petrobras tem 47%. A estatal tem direito de preferência na compra da participação da Novonor e tem manifestado interesse em aumentar seu posicionamento no setor petroquímico.

Prates, porém, já afirmou que o setor não se limita à Braskem, mas ainda não decidiu se vai ficar na empresa. Segundo ele, são necessárias várias reuniões porque o assunto é extremamente complexo.

“A visita aos países do Golfo Arábico termina pelo Qatar nos próximos dois dias, quando nos encontraremos com nossa congênere Qatar Energy (antes QGPC e QPC) além de visitar um dos maiores terminais de GNL do mundo”, disse Prates nas redes sociais.

A Petrobras iniciou, na segunda-feira, a comercialização de diesel e gasolina em seu novo polo de venda de combustíveis em Rio Verde (GO). É a segunda base de entrega na região Centro-Oeste que a companhia inaugura em menos de um ano. Em fevereiro de 2023, foi iniciada a operação em Rondonópolis (MT). Este novo polo utiliza a combinação do modal dutoviário (OSBRA), a partir da Refinaria de Paulínia – Replan (SP) até o município de Senador Canedo (GO), com modal rodoviário até Rio Verde.

Atualmente, o combustível que chega até Rio Verde é transportado pelas distribuidoras por caminhões, a partir de Paulínia (SP) ou de municípios mais distantes. O novo polo de vendas tem potencial de crescimento e a Petrobras estuda alternativas logísticas que possibilitem maior competitividade ao seu produto.

“A região Centro-Oeste é a que mais cresce no país, muito em função do agronegócio. Por conta disso, a demanda por combustíveis tem aumentado muito, o que nos fez decidir por abrir este polo, mantendo nosso posicionamento como principal supridor”, explica o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser. “A criação dos polos de venda de Rio Verde e Rondonópolis está alinhada à estratégia de aprimorar o acesso a mercados do interior do país, uma oportunidade de melhorar nossa cadeia logística, em diálogo constante com nossos clientes”, completa.

Antes de Rondonópolis e Rio Verde, a Petrobras já possuía duas bases de entrega de combustíveis no Centro-Oeste: os terminais de Brasília (DF) e Senador Canedo (GO). Para essas localidades, os produtos também têm origem na Refinaria de Paulínia (Replan), mas são transportados pelo oleoduto OSBRA.