Economia
Corte de juros

Mercado mantém a previsão de inflação em 2024

Para 2025, que também está no foco da política monetária, agora já em maior grau que 2024, a projeção seguiu em 3,50%, pela 28ª semana seguida.

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07 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Mercado mantém a previsão de inflação em 2024
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3%.

A mediana do relatório Focus para a inflação de 2024 ficou estável, após três semanas de queda. Conforme o documento divulgado na terça-feira pelo Banco Central, o mercado continuou a estimar que o IPCA avance 3,81% este ano, a mesma taxa da edição anterior. Um mês atrás, a projeção era de 3,90%.
Para 2025, que também está no foco da política monetária, agora já em maior grau que 2024, a projeção seguiu em 3,50%, pela 28ª semana seguida.

Considerando as 55 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,80% para 3,76%. Para 2025, a projeção se manteve em 3,50%, considerando 55 atualizações no período.
Para 2026, a mediana continuou em 3,50% pela 31ª semana consecutiva – seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 31 semanas.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando que o objetivo a ser perseguido pelo BC fosse estourado pelo terceiro ano consecutivo.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou na semana passada projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à da reunião anterior, de dezembro. Para 2025, também seguiu em 3,2%. O colegiado reduziu a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano.

Após comunicado sem novidades do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na semana passada, a mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 permaneceu em 9,0%. Um mês atrás, já estava nesse nível. Considerando apenas as 43 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 também seguiu em 9,0% ao ano.

Na semana passada, o Copom cortou a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,25% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões – no plural. Na coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, esclareceu que essa mensagem – repetida desde agosto – vale sempre para dois encontros seguintes a cada reunião. No caso de agora, para março e maio.

No encontro da semana passada, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, igual a um mês antes. Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 27ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, nível em que se mantém por 26 semanas.

A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 continuou em 1,60% no relatório Focus divulgado na terça-feira, 6, pelo Banco Central. Um mês atrás, era de 1,59%. Considerando apenas as 28 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2024 variou de 1,65% para 1,62%.

Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB, em 2,0%, como já estava um mês atrás. Considerando as 21 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,0%.

Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,0% pela 26ª semana consecutiva. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,0% por 28 semanas.

A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,7% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.