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Cana-de-açúcar

Raízen tem lucro líquido ajustado de R$ 181,3 milhões

A Raízen atribui o resultado à evolução do desempenho operacional e geração de margens, mesmo com o impacto da alta de juros no período.

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14 de novembro de 2023
Vinicius Palermo
Raízen tem lucro líquido ajustado de R$ 181,3 milhões
A receita líquida da Raízen caiu 7% na base anual, chegando a R$ 59,5 bilhões no trimestre encerrado em setembro.

A Raízen registrou lucro de R$ 181,3 milhões no segundo trimestre do exercício 2023/2024 – o equivalente ao terceiro trimestre do ano -, ante R$ 1,1 milhão apurado no mesmo período de 2022. Em comunicado, apresentado na segunda-feira (13), após o fechamento do mercado, a Raízen atribui o resultado à evolução do desempenho operacional e geração de margens, mesmo com o impacto da alta de juros no período.

Na leitura contábil, o crescimento do lucro da companhia consolidado em um ano foi de R$ 28,4 milhões ante R$ 933,5 milhões negativos apurados, sem ajustes, no terceiro trimestre de 2022/23. “No exercício, temos o efeito da mudança de comportamento sazonal das margens, menor volatilidade do ativo biológico e a já mencionada alta dos juros no período”, justificou a empresa em nota.

A receita líquida da Raízen caiu 7% na base anual, chegando a R$ 59,5 bilhões no trimestre encerrado em setembro. Na mesma base de comparação, o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 3,7 bilhões, avanço de 35%, em valores ajustados.
Ao longo do trimestre, a Raízen processou 37,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, aumento de 13,6% em relação ao volume processado no ano-safra anterior, e 64,3 milhões de toneladas na safra”.

A moagem avançou em ritmo acelerado, devendo atingir, no mínimo, 80 milhões de toneladas de cana”, disse a companhia. O mix no período foi de 56% de açúcar e 44% etanol, o que “denota a otimização da produção do açúcar dado ciclo favorável de mercado e rentabilidade superior.” Segundo a companhia, houve piora no ATR de 1,5%, para 143,3 quilogramas por tonelada e aumento de 30,2% no TCH, para 91,3 toneladas por hectare.

A Raízen ainda reafirmou seu guidance para o ano-safra 2023/24. Além da expectativa de moer 80 milhões de toneladas de cana, o que corresponderia a um aumento de 9% ante a temporada anterior, o Ebitda esperado para o período é de entre R$ 13,5 milhões e R$ 14,5 milhões, com capex de entre R$ 13 milhões e R$ 14 milhões.

A Raízen alcançou também um novo marco na transição energética global e na descarbonização de seu portfólio, ao receber a certificação ISCC CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation) Plus. O ISCC (Certificação Internacional de Sustentabilidade e Carbono), com sede em Colônia, na Alemanha, atesta que o etanol produzido no complexo de bioenergia Costa Pinto, em Piracicaba, no Brasil, atende aos requisitos internacionais para a produção de Combustível de Aviação Sustentável (SAF).

A Raízen é a primeira produtora de etanol do mundo a receber a certificação ISCC CORSIA Plus, posicionando ainda mais a empresa como principal fornecedora de etanol de cana-de-açúcar para a produção de SAF e reforçando seu compromisso com a sustentabilidade. A certificação global estabelece a Raízen como parceira para ajudar a descarbonizar setores difíceis de reduzir, como a aviação.

O ISCC é um sistema global que abrange toda a cadeia de valor dos biocombustíveis, desde o cultivo da biomassa até ao consumo final. A missão do ISCC é garantir que os biocombustíveis sejam produzidos de forma sustentável e em conformidade com critérios sociais, ambientais e económicos. O programa CORSIA é mantido pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), uma agência especializada das Nações Unidas, para impulsionar a redução das emissões de CO2 da indústria da aviação.

“A busca por alternativas de combustível mais limpas e sustentáveis ​​para a aviação não é pouca coisa, mas nossa ambição está firmemente enraizada em avançar nesta missão, abraçando o valor do etanol de cana-de-açúcar”, disse Paulo Neves, vice-presidente de Trading da Raízen. “Através de maior produtividade, investimentos em processos inovadores e certificação rigorosa, a Raízen otimizou a produção sustentável de etanol. Nossas inovações tecnológicas resultam na redução da pegada de carbono em alinhamento com os padrões globais de sustentabilidade do ISCC CORSIA Plus, demonstrando o compromisso da Raízen com a descarbonização em todos os setores.”

Produzido de forma sustentável a partir de matérias-primas renováveis, o SAF pode reduzir o volume total de emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 80% em comparação ao combustível fóssil de aviação, segundo estimativa da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). A ICAO estabeleceu metas ambiciosas para reduzir as emissões de carbono no setor da aviação, e o SAF é uma das principais estratégias para alcançá-las.

Estima-se que a demanda por SAF no mundo atinja aproximadamente 20 milhões de m³ em 2030. Se 25% dessa demanda for atendida por meio da tecnologia Alcohol-to-Jet (AtJ), haveria uma necessidade adicional de aproximadamente 9 milhões de m³ de etanol, que representa menos de 10% da produção global hoje.