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IPCA fecha em alta de 0,26% em setembro, mas fica abaixo da mediana das estimativas

O resultado acumulado em 12 meses foi de alta de 5,19%. As projeções dos analistas iam de aumento de 4,83% a 5,33%, com mediana de 5,25%.

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11 de outubro de 2023
Vinicius Palermo
IPCA fecha em alta de 0,26% em setembro, mas fica abaixo da mediana das estimativas
Os preços de Transportes subiram 1,40% no IPCA de setembro, após alta de 0,34% do grupo em agosto.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro com alta de 0,26%, abaixo da mediana das previsões de analistas ouvidos pela reportagem, que apontava alta de 0,32%. As estimativas iam de aumento de 0,24% a avanço de 0,38%. O resultado acumulado em 12 meses foi de alta de 5,19%. As projeções dos analistas iam de aumento de 4,83% a 5,33%, com mediana de 5,25%.

As famílias brasileiras gastaram 0,47% a mais com habitação em setembro, uma contribuição de 0,07 ponto porcentual para a taxa de 0,26% registrada pelo IPCA no mês.

A alta no grupo foi puxada pelo aumento de 0,99% na energia elétrica, uma contribuição de 0,04 ponto porcentual. Houve reajustes em três áreas de abrangência do índice: São Luís, com reajuste de 10,43% a partir de 28 de agosto; Belém, de 9,40% a partir de 15 de agosto; e Vitória, de 3,20% a partir de 7 de agosto.

A taxa de água e esgoto subiu 0,02%, devido a reajustes de 5,02% em Brasília a partir de 1º de agosto e de 1,37% em Vitória em 1º de agosto. O gás encanado recuou 0,10%, devido a reduções tarifárias em duas áreas de abrangência: em Curitiba, redução de 2,23% a partir de 4 de agosto, e no Rio de Janeiro, com queda média de 1,70% a partir de 1º de agosto.

Os preços de Alimentação e Bebidas caíram 0,71% em setembro, após queda de 0,85% em agosto. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,15 ponto porcentual para o IPCA, que subiu 0,26% no mês passado ante alta de 0,23% em agosto.

Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 1,02% em setembro, após ter recuado 1,26% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,12%, ante alta de 0,22% em agosto.

Os preços de Transportes subiram 1,40% no IPCA de setembro, após alta de 0,34% do grupo em agosto.  O grupo Transportes deu uma contribuição positiva de 0,29 ponto porcentual para o IPCA. Os preços de combustíveis tiveram alta de 2,70% em setembro, após avanço de 0,87% no mês anterior.

A gasolina subiu 2,80%, após ter registrado alta de 1,24% em agosto, enquanto o etanol recuou 0,62% nesta leitura, após queda de 4,26% na última.

Os gastos das famílias com Saúde e Cuidados Pessoais passaram de uma elevação de 0,58% em agosto para uma alta de 0,04% em setembro, o equivalente a uma contribuição de 0,01 ponto porcentual. Em agosto, a taxa geral do IPCA havia sido de 0,23%.

O resultado de setembro foi influenciado pela alta de 0,71% no item plano de saúde, decorrente “dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho”.

“Desse modo, no IPCA de setembro foram apropriadas as frações mensais dos planos antigos relativas aos meses de julho, agosto e setembro”, explicou o IBGE. Por outro lado, os itens de higiene pessoal recuaram 0,66% em setembro, com destaque para a queda de 1,54% no subitem perfume.

A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 0,08% em agosto para uma alta de 0,50% em setembro.

Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 1,26% em agosto para aumento de para 1,11% em setembro.

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,43% em agosto para 5,54% em setembro. Já a inflação de monitorados em 12 meses saiu de 7,69% em agosto para 10,21% em setembro.

Segundo André Almeida, gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, o IPCA em 12 meses tem sido pressionado pelos itens monitorados.

“De maneira geral, a gente viu uma trajetória de desaceleração da inflação de serviços. Nos últimos meses, o acumulado de 12 meses em serviços está nesse patamar de 5%”, lembrou Almeida.

Enquanto a inflação de serviços acumulada em 12 meses ficou próxima ao patamar do IPCA do período, a inflação de monitorados foi quase o dobro.

Nos 12 meses encerrados em setembro, o IPCA acumulou uma alta de 5,19%. “O que a gente pode dizer é que, em termos de pressão no IPCA, a gente tem observado pressão de monitorados”, afirmou.