Economia
Rodovias

Consórcio da EPR e Perfin arremata leilão do lote 2 com desconto de 0,08%

O consórcio ganhador, único proponente, levou a disputa oferecendo um desconto de 0,08% em relação ao teto de R$ 0,11922/km.

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29 de setembro de 2023
Vinicius Palermo
Consórcio da EPR e Perfin arremata leilão do lote 2 com desconto de 0,08%
O edital prevê um contrato de trinta anos, com mais de R$ 17 bilhões em investimentos nos quase 605 quilômetros de extensão da operação.

O Consórcio Infraestrutura PR, formado pela EPR 2 Participações e o fundo de investimento Perfin, arrematou o lote 2 de rodovias do Paraná leiloado na sexta-feira, 29, na sede da B3 em São Paulo. O critério utilizado foi o de menor tarifa. O consórcio ganhador, único proponente, levou a disputa oferecendo um desconto de 0,08% em relação ao teto de R$ 0,11922/km.

O segundo lote, de seis que devem ser concedidos no Estado, inclui trechos da BR-153, BR-277 e BR-369, assim como PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855. O edital prevê um contrato de trinta anos, com mais de R$ 17 bilhões em investimentos nos quase 605 quilômetros de extensão da operação.

As rodovias leiloadas cruzam pontos estratégicos do Estado, como o Porto de Paranaguá, foco de escoamento da produção agrícola, e a região metropolitana de Curitiba. Por isso, os trechos são considerados um dos mais importantes desta rodada de concessões. Ainda assim, a baixa concorrência já era esperada pelo mercado após a disputa pelo lote anterior, realizada no final de agosto, contar com apenas dois participantes.

Entre eles, o grupo composto pela EPR Participações e Perfin. No entanto, quem acabou arrematando o primeiro lote foi a Infraestrutura Brasil Holding XXI, formada pelo Fundo Pátria e pelo Fundo Soberano da Arábia Saudita (PIF, na sigla em inglês). A proposta vencedora representou um desconto de 18,25%, bem acima do lance ganhador desta sexta-feira.

Dos R$ 17 bilhões previstos, aproximadamente R$ 6,5 bilhões devem ser destinados a custos operacionais, como serviços médico e mecânico, pontos de parada de descanso para caminhoneiros e sistema de balanças de pesagem.

Os outros R$ 10,8 bilhões incluem obras de duplicação de 350 quilômetros, 138 quilômetros de faixas adicionais, 73 quilômetros de vias marginais e 72 quilômetros de ciclovias. Serão ainda 107 novos viadutos, 52 passarelas e 35 pontos de correção de traçado.

Já os investimentos em tecnologia preveem instalação de câmeras OCR para o reconhecimento de placas, pontos de atendimento ao usuário com internet Wi-Fi, painéis de mensagem variável e sistema de pesagem automático. Incluem ainda instalação de 4G e sistema de telefonia em toda a rodovia, bem como iluminação em LED em áreas críticas.

Os primeiros trabalhos, incluindo a revitalização asfáltica de trechos, a construção de novas praças de pedágio e postos de atendimento serão concentrados no primeiro ano da concessão, somando um investimento de mais de R$ 315 milhões em obras, de acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Considerando os seis lotes de rodovias do Paraná, os investimentos devem ultrapassar R$ 50 bilhões. Os lotes 3, 4, 5 e 6 ainda estão em fase de análise, com expectativa de liberação do 3 e 6 no começo do ano que vem. No total, serão 3,3 mil quilômetros concedidos à iniciativa privada, de acordo com o governo paranaense.

Já a construção do trecho 2 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol 2) terá o edital para contratação de serviços de engenharia e supervisão de obras em dois lotes publicado em outubro.

Durante o encontro, os técnicos da Infra S.A. contextualizaram a divisão dos lotes que serão licitados, os aspectos técnicos de engenharia e as condicionantes ambientais do projeto ferroviário, que liga os municípios de Caetité e Barreiras, na Bahia.

Considerada prioritária pelo Ministério dos Transportes, a Fiol será um importante corredor logístico para a movimentação de minério e da produção de grãos do oeste baiano ao futuro porto de Ilhéus, no litoral do Estado. A estimativa é de que o investimento na ferrovia seja de mais de R$ 1 bilhão.

O diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, afirmou que, além do edital previsto para outubro, uma nova rodada de contratações será realizada em 2024. “O time técnico da empresa atua para refinar as próximas rodadas de contratação. Como executora de obras públicas ferroviárias, a Infra S.A. está muito empenhada para concluir a ferrovia, que impulsionará a movimentação de cargas na região”, disse.

Ainda segundo o diretor, atualmente, a Fiol 2 conta com 62% das obras concluídas. Para Bastos, a soma de esforços do setor público com a iniciativa privada é fundamental para que a ferrovia seja finalizada.

“Esse diálogo permite o alinhamento das demandas da Infra S.A. com as possibilidades do mercado para a construção da ferrovia. A conclusão do empreendimento é um compromisso do presidente Lula, do ministro dos Transportes Renan Filho e de toda a diretoria da Infra S.A.”, afirmou.