Economia
Dívida cresce

Setor público teve déficit primário de R$ 80,5 bilhões

Até junho, o déficit acumulado era de R$ 24,270 bilhões. Antes, o resultado primário estava no azul em 12 meses.

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31 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Setor público teve déficit primário de R$ 80,5 bilhões
Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou déficit primário de R$ 80,520 bilhões em 12 meses finalizados em julho, informou na quinta-feira, 31, o Banco Central. Em porcentual do Produto Interno Bruto (PIB), o déficit é equivalente a 0,78%.

Até junho, o déficit acumulado era de R$ 24,270 bilhões. Antes, o resultado primário estava no azul em 12 meses. O resultado fiscal negativo em 12 meses até julho é composto por um déficit de R$ 93,586 bilhões do Governo Central (0,90% do PIB).

Já os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 13,721 bilhões (0,13% do PIB) no período.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 3,832 bilhões, os municípios apresentaram dado positivo de R$ 9,889 bilhões em 12 meses. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 654 milhões no período.

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve um resultado negativo de R$ 46,105 bilhões com juros em julho, após esta rubrica ter encerrado junho com um gasto de R$ 40,726 bilhões, informou nesta quinta-feira, 31, o Banco Central.

No ano, a despesa com juros acumulada é de R$ 383,427 bilhões, ou 6,29% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto, em 12 meses, o resultado negativo é de R$ 641,277 bilhões, o que representa 6,18% do PIB.

Conforme o BC, o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no sétimo mês de 2023 despesas na conta de juros de R$ 37,050 bilhões. Os governos regionais registraram gastos de R$ 8,566 bilhões e as empresas estatais, despesas de R$ 489 milhões.

A dívida pública brasileira voltou a crescer em julho. Dados divulgados na quinta-feira, 31, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral alcançou R$ 7,685 trilhões no mês passado, o que representa 74,1% do Produto Interno Bruto (PIB) – contra 73,6% em junho.

O pico da série da dívida bruta foi alcançado em outubro de 2020 (87,6%), em virtude das medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19.  No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) também aumentou no sétimo mês de 2023. Passou de 59,1% em junho para 59,6% do PIB. A DLSP atingiu R$ 6,186 trilhões. A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil.