Economia
PIB maior

Mercado prevê queda da inflação para 3,86% em 2023

Considerando somente as 78 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 4,78% para 4,79%.

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14 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Mercado prevê queda da inflação para 3,86% em 2023
As estimativas do Boletim Focus continuam acima da meta.

A expectativa inflacionária para 2024 cedeu marginalmente no Boletim Focus divulgado na segunda-feira, 14, pelo Banco Central. A projeção para o IPCA – índice de inflação oficial – para o ano que vem, foco principal da política monetária, baixou de 3,88% para 3,86%. Já a estimativa para a inflação oficial em 2023 continuou em 4,84%. Um mês antes, as medianas eram de 4,95% e 3,92%, nessa ordem.

Considerando somente as 78 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 4,78% para 4,79%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta seguiu em 3,87%, considerando também 78 atualizações no período.

Houve manutenção na expectativa de inflação para 2025, que agora tem peso minoritário nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). A projeção permaneceu em 3,50%, contra 3,55% de quatro semanas antes. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa também continuou em 3,50%, repetindo a mediana de um mês antes.

As estimativas do Boletim Focus continuam acima da meta. Para 2023, a mediana supera o teto da meta (4,75%) e indica estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo, mas superam o alvo central de 3,0%.

No Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o BC divulgou projeção de 3,4% para o IPCA de 2024, a mesma da reunião anterior. Para 2025, ficou em 3,0% no modelo, que considerava um primeiro corte de 0,25pp, de 3,1% em junho. Para 2023, a projeção é de 4,9%.

O cenário esperado para o câmbio brasileiro este ano se deteriorou marginalmente no Relatório de Mercado Focus após semanas de expectativas mais favoráveis.

A estimativa para o câmbio este ano passou de R$ 4,90 para R$ 4,93, de R$ 5,00 um mês antes. Para 2024, a mediana continuou em R$ 5,00, contra R$ 5,05 quatro semanas antes.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O Boletim Focus trouxe ainda leve melhora na projeção de crescimento econômico para este ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 2,26% para 2,29%, contra 2,24% há um mês. Considerando, por sua vez, apenas as 39 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 2,33% para 2,30%.

Já para 2024, o Relatório Focus mostrou manutenção da estimativa de crescimento do PIB, de 1,30%, mesma mediana de um mês atrás. Considerando apenas as 36 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 passou de 1,32% para 1,24%.

Em relação a 2025, a mediana continuou em 1,90%, ante 1,88% de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que permaneceu em 2,00%, contra 1,90% de um mês atrás.

O Ministério da Fazenda prevê crescimento de 2,5% este ano. No Banco Central, a estimativa atual é de 2,0%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.

A expectativa para taxa Selic no fim de 2023 no Boletim Focus seguiu a sinalização reforçada na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que pretende repetir o passo de corte de juro em 0,50 ponto porcentual nas próximas reuniões do colegiado.

A mediana para a Selic no encerramento deste ano continuou em 11,75%. Para o término de 2024, houve manutenção em 9,00% Há um mês, as estimativas eram de 12,00% e 9,50%, nessa ordem.

Considerando apenas as 83 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 permaneceu em 11,75%. Para o fim de 2024, continuou em 9,00%, também com 83 atualizações na última semana.

No início do mês, o Copom optou por iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com uma queda de 0,50pp dos juros básicos, o que surpreendeu parte do mercado, que apostava majoritariamente em uma queda mais “parcimoniosa”, de 0,25pp.

Na ata, o Banco Central reforçou que pretende seguir nesse ritmo nas próximas reuniões e acrescentou que é pouco provável uma aceleração do passo. Além disso, disse que o comitê concluiu que há necessidade de manter a política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante “para que se consolide a convergência da inflação para a meta e a ancoragem das expectativas”.

O Boletim Focus ainda mostrou que a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, de 9,00% quatro semanas atrás. Já a projeção para a Selic no fim de 2026 permaneceu em 8,50%, contra 8,75% de um mês antes.