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Investimentos

Presidente da Petrobras nega aumento de preços dos combustíveis

De acordo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, quem reclama da falta de reajustes são importadores ineficientes

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01 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Presidente da Petrobras nega aumento de preços dos combustíveis
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que não procedem rumores de que iria aumentar os preços dos combustíveis, e que teria voltado atrás ao pedido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem esteve reunido pela manhã, ao lado de todos os diretores da empresa e outras autoridades.

Segundo Prates, a reunião, que durou 2 horas, teve por objetivo apresentar os investimentos planejados pela estatal e o que já foi feito nos seis primeiros meses de gestão. “A reunião foi para falar de investimentos, para arrematar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com todos os nossos diretores, o MME e a Casa Civil. Foi uma organização geral dos temas com os ministros e o Presidente”, informou Prates.

Ele credita os boatos sobre a interferência do governo nos preços aos insatisfeitos com a mudança de rumo da Petrobras, que abandonou a política de paridade de importação (PPI) em meados de maio e adotou uma estratégia comercial mais competitiva. Com a PPI, segundo Prates, os concorrentes podiam prever os movimentos da empresa, o que reduzia a competição.

“Em nenhum momento falamos de preço, pode ser que lá na frente eu tenha que chegar e dizer que vou aumentar, mas não vou aumentar agora, estamos confortáveis com essa volatilidade”, disse o ex-senador, ressaltando que o petróleo hoje está em queda. “Se o preço se estabelecer em outro patamar, vamos ponderar e fazer o reajuste necessário”, garantiu.

Prates afirmou que o trauma maior do aumento de preços foi registrado nas gestões anteriores, lembrando que em 2017, por conta do PPI, uma greve de caminhoneiros mostrou como a política da PPI estava errada. “Foram 118 reajustes em um único ano (2017), isso desestabiliza o mercado”, avaliou Prates.

De acordo com o executivo, quem reclama da falta de reajustes são importadores ineficientes, e que, para a Petrobras, não existe a diferença de 25% no preço vendido na refinaria na comparação com o mercado internacional. Até nisso a Petrobras é mais eficiente. Para nós não existe esse descolamento de preços de 25% como apontam”, concluiu.

A Petrobras anunciou também que chamará 2.710 aprovados em dois concursos nacionais – de níveis superior e técnico – do cadastro de reserva. O concurso de nível superior foi realizado em 2021 e convocará 1.350 novos empregados, abrangendo as principais ênfases de engenharia, além de analistas de sistemas e cientistas de dados, administradores, economistas, geólogos e geofísicos.

Já os 820 novos profissionais vindos do concurso de nível técnico – realizado em 2023 – terão atuação na produção do Campo de Búzios, na Bacia de Santos, a 180 km do Rio de Janeiro e no setor de refino da companhia.

Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, “estamos admitindo 100% desses dois cadastros de reserva. Muito em breve, mais de duas mil pessoas vão realizar o sonho de ser Petrobras. É sempre bom poder contar com novos talentos que chegam motivados e com novas visões para o negócio e processos de trabalho”, explicou.

A companhia vai realizar um novo concurso público para completar 458 vagas de nível técnico, que será aberto até o fim do ano. O edital terá previsão de 20% de vagas para candidatos negros e outros 20% para Pessoas com Deficiência (PcD).

A diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti, disse que “a diversidade ganha cada vez mais espaço na nossa empresa. É um valor com o qual nos comprometemos porque enxergamos que vivências plurais são motores para consolidarmos a Petrobras como um ambiente inclusivo e que abraça as diferenças como uma oportunidade de crescimento”.

Desde sábado, dia 29, a Petrobras passou a contar com duas unidades que têm capacidade de produzir 100% de diesel S10 na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro. Com isso, a refinaria quase dobra o potencial de fornecimento desse combustível, de 5 milhões de litros por dia para 9,5 milhões de litros por dia, informou a companhia.

Com investimento de quase R$ 225 milhões, este é o primeiro projeto concluído do chamado phase-out de diesel S500, que irá adequar toda a produção de diesel rodoviário da Petrobras para o S10. O início da fase de execução das obras ocorreu em março de 2020 e indicava a partida da unidade em setembro de 2023.

“Porém, mesmo com as dificuldades decorrentes da pandemia, a unidade entrou em produção antes do previsto. Durante as obras, foram gerados mil empregos diretos e indiretos”, disse a estatal em nota.

O diesel S10 é um produto mais moderno e sustentável, de maior valor agregado e com menor impacto ao meio ambiente. Além do baixo teor de enxofre, esse combustível tem maior nível de cetano, índice que mede a qualidade de ignição. O S10 também proporciona impactos positivos na redução de emissões de material particulado e de óxidos de nitrogênio.

De acordo com o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos, “a Petrobras está investindo em projetos e produtos que geram ganhos ambientais para toda a sociedade. A ampliação da produção de diesel S10 na Reduc representa o cumprimento de um marco importante e reafirma o compromisso da companhia com o atendimento ao mercado e com o respeito ao meio ambiente”.

Além da Reduc, também estão previstas as adaptações em unidades existentes nas refinarias Revap e Rnest; construção das novas unidades de hidrotratamento na Replan e Rnest; e estudos de novas unidades na Repar, Regap, Refap e Revap, que terão potencial de adicionar 300 mil barris por dia na produção de diesel S-10 no Brasil até 2028.