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Deinflação

Haddad diz que há sinalização clara do BC que risco fiscal está afastado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que o documento deixa claro que o governo está no caminho certo com as medidas fiscais que vem sendo adotadas.

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27 de junho de 2023
Vinicius Palermo
Haddad diz que há sinalização clara do BC que risco fiscal está afastado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante o lançamento do Plano Safra 2023/2024

Após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) revelar na terça-feira, 27, que a maioria dos diretores do Banco Central queria sinalizar o início de um corte moderado de juros na próxima reunião, em agosto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que o documento deixa claro que o governo está no caminho certo com as medidas fiscais que vem sendo adotadas.

“Há uma sinalização clara de boa parte da diretoria de que os efeitos de uma taxa de juros elevada produziram os resultados e de que o risco fiscal está afastado. Isso é o mais importante. O Brasil está em uma trajetória fiscal sustentável e, portanto, a harmonização da política fiscal com a monetária deve acontecer brevemente”, afirmou o ministro.

Haddad destacou que o item 19 da ata é o “mais importante” para a equipe econômica. Nesse parágrafo da ata, o Copom destacou que a avaliação predominante do colegiado foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião.

Já um grupo minoritário do Copom preferiu manter a cautela até observar maior reancoragem das expectativas longas e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo.
“Penso que há um consenso em relação à trajetória próxima das taxas de juros. Ficou claro que estamos no caminho certo e eu penso que é preciso, em virtude da desaceleração de crédito acentuada no Brasil, considerar o esforço do governo”, acrescentou Haddad.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, criticou o que entende como sinalizações distintas do Banco Central emitidas pelo comunicado do Copom e a ata da reunião. “A impressão que eu tenho é que o comunicado é feito por um órgão e a ata é feito por outro”, disse a ministra.

“Vem um comunicado hard e uma ata soft. Não dá para entender, por que estressar o Brasil, criar atritos desnecessários?”, disparou Simone Tebet após acompanhar, no Palácio do Planalto, a cerimônia de lançamento do novo Plano Safra. “A ata reconhece que o Brasil está no caminho certo, que a equipe econômica está acertada”, disse a ministra. “A ata mostra que estamos plantando segurança jurídica, previsibilidade “

A ministra afirmou acreditar que um convite ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para dar explicações no Senado “não será necessário”.

Ela usou a palavra “convocação”, mas desde a autonomia do Banco Central aprovada pelo Congresso o presidente da autarquia perdeu status de ministro. Assim, não pode ser convocado pelo Senado, apenas convidado.

“Eu, me despindo aqui por dois minutos da minha função de ministra e voltando ao momento que fui senadora, eu, num caso desse, sem dúvida convocaria presidente do BC. Mas não acredito que será necessário”, declarou.