Economia
Dívida recua

Mercado reduz previsão da inflação para 5,69%

A expectativa para o IPCA – índice de inflação oficial – deste ano na Focus cedeu de 5,71% para 5,69%. Um mês antes, a mediana era de 6,02%.

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05 de junho de 2023
Mercado reduz previsão da inflação para 5,69%
Foto: Divulgação

A projeção para a inflação oficial de 2023 continuou a cair no Boletim Focus desta semana e a de 2024, foco da política monetária, retomou a trajetória de queda, ainda que de maneira marginal, conforme divulgação do Banco Central.

A expectativa para o IPCA – índice de inflação oficial – deste ano na Focus cedeu de 5,71% para 5,69%. Um mês antes, a mediana era de 6,02%. Para 2024, a projeção passou de 4,13% para 4,12%. Há um mês, era de 4,16%.

Considerando somente as 49 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 5,50% para 5,49% Para 2024, por sua vez, a projeção de alta caiu de 4,16% para 4,10%, considerando 48 atualizações no período.

Apesar da nova queda, a mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 ainda está cerca de 1 ponto porcentual acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana supera o centro da meta (3,00%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.

A mediana para o IPCA de 2025 seguiu em 4,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás. A estimativa para o IPCA de 2026 também continuou em 4,00%, mesmo porcentual de um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.

Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, o BC manteve suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,8% em 2023 e 3,6% para 2024. Em um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante, as projeções da autoridade são de 5,7% para 2023 e 2,9% para 2024.

O Boletim Focus mostrou também um salto na estimativa de crescimento econômico para este ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu de 1,26% para 1,68%, contra 1,00% há um mês. Considerando apenas as 39 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 já está na casa de 2%, em 2,06%, contra 1,57% na semana anterior.

Já para 2024, o Relatório Focus mostrou redução da estimativa de crescimento do PIB de 1,30% para 1,28%, contra 1,40% de um mês atrás. Considerando apenas as 37 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 cedeu de 1,30% para 1,22%.

Em relação a 2025, a mediana se manteve em 1,70% ante 1,80% quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que, por sua vez, subiu de 1,80% para 1,90%, contra 1,80% há um mês.

No fim de maio, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. No Banco Central, a estimativa atual é de 1,2%, que poderá ser atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) deste mês.

A projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2023 cedeu levemente no Boletim Focus do Banco Central desta semana, de 61,00% para 60,70%, mesmo porcentual esperado há um mês.

Já a projeção para o déficit primário se manteve em 1,10% do PIB. Quatro semanas antes, a expectativa era de 1,00%. No fim de maio, o governo alterou a expectativa deficitária para este ano de R$ 107,6 bilhões para R$ 136,2 bilhões, ou 1,3% do PIB.

Para o déficit nominal em 2023, a mediana também mudou, de 7,85% para 7,93% do PIB, contra 7,80% há um mês. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros

A estimativa para a dívida líquida no ano que vem também caiu levemente, de 64,50% para 64,45%. Há quatro semanas, a expectativa era mais baixa, de 64,10% do PIB. Já o déficit primário esperado para 2024 continuou em 0,70% do PIB, distante da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB).

O déficit nominal projetado na Focus também permaneceu em 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 7,00% do PIB, nessa ordem.