Edição do Dia
O Deutsche Bank, maior banco da Alemanha, anunciou na quinta-feira, 27, que teve lucro líquido atribuível a acionistas de 1,16 bilhão de euros no primeiro trimestre de 2023, um pouco maior do que o ganho de 1,06 bilhão de euros apurado em igual período do ano passado.
O resultado superou a projeção de 1,12 bilhão de euros de analistas, fornecida pelo próprio banco. Já a receita teve expansão anual de 5% no trimestre, a 7,68 bilhões de euros, atingindo o maior nível desde 2016.
O Deutsche Bank informou também que o resultado inclui taxas bancárias anuais de 473 milhões de euros e que as provisões para perdas com crédito no trimestre aumentaram 27% ante um ano antes, a 372 milhões de euros.
O CEO da instituição, Christian Sewing, disse que desde que o banco concluiu a transformação no final do ano passado, entrou em uma nova fase. Em um período novamente marcado por alta volatilidade e por manchetes negativas em torno do setor bancário, o Deutsche Bank conseguiu mais uma vez um ótimo resultado.
“Isso se reflete no melhor início de ano em muito tempo. Geramos 7,7 bilhões de euros em receitas, a maior em um trimestre desde 2016, e o lucro antes de impostos de 1,9 bilhão de euros foi o melhor resultado desde 2013. Nosso retorno após impostos sobre o patrimônio tangível seria de 10% se as taxas bancárias anuais foram contabilizados proporcionalmente ao longo do ano e, portanto, já no nível de nossa meta para 2025. Devemos isso a um mix de negócios mais equilibrado do que há muito tempo: cerca de dois terços de nossas receitas e ganhos vêm de nossos negócios mais estáveis.”
No final de março, o índice Common Equity Tier 1 (CET1) era de 13,6%, superando confortavelmente a meta de 13%. O Índice de Cobertura de Liquidez (LCR) ficou estável em 143%, e a carteira de empréstimos continua robusta em um ambiente econômico difícil.
“Face à nossa rentabilidade crescente e capitalização muito sólida, iniciámos agora um diálogo com as entidades reguladoras sobre a recompra de ações na segunda metade do ano. Trabalhamos muito para alcançar essa estabilidade. É a base para a história de sucesso que vamos escrever desde o início da nossa transformação. Estamos convencidos de que também nos permite avançar ainda mais rapidamente no caminho que escolhemos e explorar de forma mais sistemática as oportunidades que se nos apresentam.”
Ele anunciou uma série de ajustes estratégicos que vão melhorar ainda mais o foco. “Neste contexto, verificamos alterações na composição e distribuição dos Pelouros do Conselho de Administração. E o banco aproveita essa oportunidade para também ajustar as estruturas de gestão em alguns lugares para refletir as prioridades atuais.”
O Deutsche Bank anunciou também que planeja cortar 5% dos cargos seniores não voltados para clientes, o que equivale a cerca de 800 pessoas, à medida em que passa a trabalhar para aumentar sua eficiência.
O banco alemão afirmou que irá começar a implementar os cortes no segundo trimestre deste ano, e que as demissões irão coincidir com um limite na extensão de novas contratações em funções não voltadas para o cliente.
O anúncio veio no mesmo dia em que o banco anunciou que superou previsão de lucro no primeiro trimestre deste ano e após comunicar que sua diretora para as Américas, Christiana Riley, sairia no mês que vem, enquanto o banco reorganiza seu conselho de administração e reduz o número de cargos de 10 para nove.
Na semana passada, o banco também indicou que seu copresidente Karl von Rohr não tentaria renovar seu contrato com o conselho de administração, previsto para terminar em outubro.
