Mundo
Repressão total

Xi acusa EUA de reprimir desenvolvimento chinês e estimular conflito

Novos ataques verbais duros aos EUA demonstram o quão instáveis se tornaram as relações entre as duas maiores potências do mundo.

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09 de março de 2023
Vinicius Palermo
Xi acusa EUA de reprimir desenvolvimento chinês e estimular conflito
O governo chinês voltou a atacar os EUA.

Novos ataques verbais duros aos EUA pela liderança de Pequim demonstram o quão instáveis se tornaram as relações entre as duas maiores potências do mundo. Nesta semana, o presidente da China, Xi Jinping, e seu ministro das Relações Exteriores acusaram Washington de suprimir o desenvolvimento chinês e levar os dois países ao conflito.

“Tudo o que o outro lado faz é visto como negativo e feito com más intenções”, disse Suisheng Zhao, especialista em política externa da China na Universidade de Denver. “Essa é a mentalidade da Guerra Fria.”

Xi elevou a tensão retórica com uma acusação vinda diretamente daquela era passada, um colapso que ambos os lados insistem que não desejam. Segundo Xi, a China enfrenta “contenção, cerco e repressão total” nas mãos de nações ocidentais aliadas aos EUA.

Na terça-feira, seu novo ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, alertou que, a menos que os EUA mudem de rumo, “certamente haverá conflito e confronto”.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, John Kirby, quando questionado sobre a retórica de Pequim, disse que a política do governo Biden permanece inalterada: busca competição com a China, não conflito.

Não há nada sobre a nossa abordagem a este relacionamento bilateral tão importante que deva levar alguém a pensar que queremos conflito”, disse ele a repórteres. “Nós absolutamente queremos mantê-lo nesse nível.”

As vendas no varejo de carros de passeio na China encolheram quase 20% nos dois primeiros meses deste ano, evidenciando os desafios enfrentados pelos fabricantes no maior – mas vacilante – mercado de automóveis do mundo. As montadoras chinesas venderam 2,7 milhões de carros de passeio em janeiro e fevereiro juntos, de acordo com a associação do setor do país, contra os 3,3 milhões vendidos no mesmo período do ano passado.

A entidade associou parcialmente a queda ao fim do corte nos impostos sobre automóveis que aqueceu as vendas durante a pandemia, assim como o fim dos subsídios para veículos elétricos. Fabricantes de carros híbridos e de bateria elétrica se saíram melhor, com aumento de 23% nas vendas neste janeiro e fevereiro em relação aos dois primeiros meses de 2022.