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Recuperação

Volume de serviços prestados subiu 0,2% em junho

Na comparação com junho de 2022, houve avanço de 4,1% em junho, já descontado o efeito da inflação.

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11 de agosto de 2023
Vinicius Palermo
Volume de serviços prestados subiu 0,2% em junho
Bar em São Paulo.

O volume de serviços prestados subiu 0,2% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou na quinta-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de +0,9% para +1,4%.

Na comparação com junho de 2022, houve avanço de 4,1% em junho, já descontado o efeito da inflação. Neste caso, as previsões eram de uma elevação de 2,1% a 6,0%, com mediana positiva de 4,2%.

A taxa acumulada no ano – que tem como base de comparação ao mesmo período do ano anterior – foi de alta de 4,7%. No acumulado em 12 meses, houve alta de 6,2%, ante avanço de 6,4% até maio.

A receita bruta nominal do setor de serviços subiu 0,2% em junho ante maio. Na comparação com junho de 2022, houve avanço de 5,5% na receita nominal.

Três das cinco atividades de serviços registraram ganhos na passagem de maio para junho.  Os serviços prestados às famílias avançaram 1,9%, enquanto os serviços de informação e comunicação subiram 0,5%. Houve avanço de 0,8% em serviços profissionais, administrativos e complementares e queda de 0,3% em transportes. Outros serviços, por sua vez, registraram recuo de 0,4% em junho.

Quatro das cinco atividades de serviços registraram avanço em junho ante junho de 2022, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, do IBGE.

Os serviços prestados às famílias avançaram 5,8%, enquanto os serviços de informação e comunicação subiram 5,6%. Houve avanço de 3,5% em serviços profissionais, administrativos e complementares e alta de 4,7% em transportes. Outros serviços, por sua vez, registraram recuo de 1,4% em junho, na comparação com junho de 2022.

O volume de serviços prestados no País cresceu 0,5% no segundo trimestre de 2023 ante o primeiro trimestre deste ano. Na comparação com o segundo trimestre de 2022, os serviços tiveram expansão de 4,0% no segundo trimestre de 2023.

Segundo Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE, o setor de serviços construiu uma base de comparação elevada ao longo de 2022, o que levou a uma queda de 0,7% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022. Embora a alta no segundo trimestre deste ano, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, não recupere totalmente a perda recente, o resultado do segundo trimestre reaproxima o volume de serviços prestados no País do ápice alcançado ao fim do ano passado.

“A construção de uma base de comparação elevada levou à queda nos serviços no primeiro trimestre”, justificou Lobo. “Não vejo (a alta do segundo trimestre) como recuperação frente ao primeiro trimestre. A gente teve um mês mais fraco em janeiro por conta do ápice de dezembro”, completou.

Lobo lembra que, na série com ajuste sazonal, após atingir patamar recorde em dezembro de 2022, os serviços colecionam em 2023 quatro meses com taxas positivas contra duas negativas: janeiro (-3,4%), fevereiro (0,8%), março (1,2%), abril (-1,6%), maio (1,4%) e junho (0,2%).

“Os ganhos de maio e junho eliminam completamente a perda de abril”, frisou Lobo. “O setor de serviços reduz o gap em relação a dezembro.”

O setor de serviços operava em junho em patamar 1,5% abaixo do pico registrado em dezembro de 2022, que foi o mais elevado da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011 pelo IBGE.
Lobo mencionou que o transporte de cargas, um dos pilares da recuperação dos serviços passado o choque inicial da pandemia de covid-19, renovou patamar recorde em junho de 2023, graças à demanda pelo escoamento de insumos agrícolas e de produtos da safra recorde, ao boom do comércio eletrônico e ao transporte de matérias-primas e mercadorias da indústria.

Quanto ao eventual impacto da redução na taxa básica de juros no volume de serviços prestados no País, Lobo reforça que o setor de serviços é “muito heterogêneo” e que não há reflexo imediato.

“A redução de taxa de juros não necessariamente tem impacto direto no setor de serviços”, reafirmou Lobo. “Eventualmente tem impacto de prazo muito longo, e depende muito dos agentes envolvidos.”