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Volume de serviços prestados recuou 0,4% em agosto

Na comparação com agosto do ano anterior, houve elevação de 1,7% em agosto de 2024, já descontado o efeito da inflação.

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11 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Volume de serviços prestados recuou 0,4% em agosto
A taxa acumulada no ano - que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior - foi de elevação de 2,7%. Em 12 meses, os serviços acumulam alta de 1,9%.

O volume de serviços prestados caiu 0,4% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou na sexta-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de uma alta de 1,2% para avanço de 0,2%%.

Na comparação com agosto do ano anterior, houve elevação de 1,7% em agosto de 2024, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões eram de uma elevação de 2,8% a 5,0%, com mediana positiva de 3,6%.

A taxa acumulada no ano – que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior – foi de elevação de 2,7%. Em 12 meses, os serviços acumulam alta de 1,9%.

A receita bruta nominal do setor de serviços subiu 0,1% em agosto ante julho. Na comparação com agosto de 2023, houve avanço de 7,5% na receita nominal.

Com a queda de 0,4% no volume de serviços prestados no País em agosto ante julho, o setor funcionava em patamar 15% superior ao de fevereiro de 2020, antes do agravamento da crise sanitária no País.

Em agosto, os transportes operavam 16,4% acima do nível pré-pandemia de covid-19, enquanto os serviços prestados às famílias estavam 1,6% acima do patamar de fevereiro de 2020. Os serviços de informação e comunicação estão 25,8% acima do pré-pandemia, e o segmento de outros serviços está 2,7% acima. Os serviços profissionais e administrativos estão 17,7% acima do patamar de fevereiro de 2020.

Duas das cinco atividades de serviços registraram perdas na passagem de julho para agosto. Os serviços prestados às famílias avançaram 0,8%, enquanto os serviços de informação e comunicação caíram 1,0%.
Houve estabilidade em serviços profissionais, administrativos e complementares e queda de 0,4% em transportes. Outros serviços, por sua vez, registraram avanço de 1,4% em agosto.

Segundo o IBGE, quatro das cinco atividades de serviços registraram avanço em agosto ante agosto de 2023. Os serviços prestados às famílias avançaram 7,1%, enquanto os serviços de informação e comunicação subiram 6,9%.

Houve avanço de 1,9% em serviços profissionais, administrativos e complementares e queda de 2,9% em transportes. Outros serviços, por sua vez, registraram avanço de 3,0% em agosto, na comparação com agosto de 2023.

O recuo de 0,4% no volume de serviços prestados no País em agosto ante julho foi o mais agudo para esse período do ano desde 2017, quando encolheu 0,9%. Porém, o movimento não significa uma reversão da trajetória de crescimento dos serviços, avaliou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Lobo ressalta que a queda de 0,4%, próxima da estabilidade, ocorreu por conta de movimentos pontuais em algumas atividades, além de ter sido um recuo “frente ao patamar recorde da série histórica”. O setor de serviços operava em agosto em patamar 0,4% abaixo do recorde da alcançado no mês anterior, em julho de 2024.

“É muito precoce e até irresponsável dizer que uma redução de 0,4% significaria uma reversão de trajetória ou que inauguraria uma sequência de taxas negativas. É um movimento de queda, mas muito próximo do ponto máximo da série”, disse Lobo. “O movimento de queda em agosto, no momento, é circunstancial.”

Segundo o pesquisador, esse patamar elevado de serviços prestados é sustentado pelo bom desempenho dos segmentos de tecnologia da informação, intermediação de negócios em geral, aplicativos de entrega, plataformas de compra e venda na internet.

“Tudo isso vem crescendo ao longo de 2024”, contou. Na passagem de julho para agosto, apenas duas das cinco atividades investigadas registraram perdas: informação e comunicação (-1,0%, devolvendo parte do ganho de 3,7% acumulado nos dois meses anteriores) e transportes (-0,4%, a segunda taxa negativa seguida, acumulando uma perda de 2,0%).

Na direção oposta, houve avanços nos outros serviços (1,4%, assinalando uma expansão de 1,7% nos últimos dois meses de altas) e serviços prestados às famílias (0,8%, com um ganho acumulado de 4,7% entre maio e agosto).

Já o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares ficou estável (0,0%) neste mês. “O resultado de agosto veio de forma equilibrada: duas taxas positivas, duas negativas, e uma estabilidade”, resumiu Lobo.

O volume de serviços prestados no País cresceu 1,7% em agosto de 2024 ante agosto de 2023, a despeito de uma contribuição negativa do efeito calendário. O mês de agosto de 2024 teve 22 dias úteis, um dia útil a menos que agosto de 2023, que contou com 23 dias úteis, lembrou Rodrigo Lobo.

Quatro das cinco atividades pesquisadas registraram crescimento: informação e comunicação (6,9%); profissionais, administrativos e complementares (1,9%); outros serviços (3,0%) e serviços prestados às famílias (7,1%). Na direção oposta, houve perda nos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-2,9%).

O índice de difusão – que mostra o porcentual de serviços com crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior – passou de 59,6% em julho para 59,0% em agosto.