No resultado mais baixo para o mês em 17 anos, fevereiro terminou com 129,9 mil veículos vendidos, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. O número corresponde a uma queda de 1,9% frente a fevereiro do ano passado, que já tinha sido fraco em razão das maiores restrições de oferta daquele período. Na comparação com janeiro, cujos resultados também decepcionaram as montadoras, a queda foi de 9,1%.
Os números foram divulgados na quinta-feira, 2, pela Fenabrave, a entidade das concessionárias de automóveis, e retratam o esfriamento da demanda em meio ao contexto de crédito mais caro e restrito.
O calendário com apenas 18 dias de venda, dada a parada no feriado de Carnaval, e as fortes chuvas em São Paulo, maior mercado do País, também contribuíram ao fraco desempenho.
Desde 2006, quando tinham sido licenciados 127,9 mil veículos no mesmo mês, não se registrava um fevereiro tão baixo.
O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, considerou positivo, porém, as vendas no segmento de leves (carros de passeio e utilitários leves) terem caído apenas 8,2% na passagem de janeiro para um mês com quatro dias de venda a menos.
“Isso se deve ao fato de que, aos poucos, o setor tem conseguido encontrar o equilíbrio entre a oferta de produtos e a demanda dos consumidores”, afirmou Andreta Jr., referindo-se à melhora na disponibilidade de carros no mercado.
Embora os gargalos de produção venham gradualmente diminuindo, dada a distensão na crise de fornecimento de componentes eletrônicos, as vendas esbarram agora nos juros mais altos, endividamento das famílias e baixo crescimento econômico.
Apesar disso, a variação do volume acumulado desde o início do ano segue positiva, com 272,7 mil unidades comercializadas em janeiro e fevereiro, 5,4% acima dos dois primeiros meses de 2022.
As vendas de motos tiveram crescimento de 34,1% no mês passado, frente a fevereiro de 2022, chegando a 100,5 mil unidades. Na comparação com janeiro, mês que teve quatro dias a mais de venda, os emplacamentos caíram 9%. O balanço foi divulgado na quinta-feira, 2, pela Fenabrave, associação que representa as concessionárias.
Como resultado da expansão dos serviços de entrega (delivery) e da busca do consumidor por veículos não só mais baratos, mas também mais econômicos no consumo de combustível, as vendas de motos somaram 211,1 mil unidades nos dois primeiros meses do ano Isso representa um crescimento de 28,2% sobre o acumulado entre janeiro e fevereiro de 2022.
Ao comentar o resultado, o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, disse que a demanda por motos segue aquecida, mesmo com a seletividade dos bancos na concessão de crédito.
“A demanda segue alta, já que se trata de um veículo essencial para a logística urbana das cidades e para o qual muitos motoristas de automóveis e comerciais leves têm migrado”, declarou Andreta Jr.