A Usiminas apresentou na sexta-feira (10) os resultados do 4º trimestre e o consolidado de 2022. No ano passado, a empresa registrou um EBITDA Ajustado de R$ 4,9 bilhões, o segundo maior desde 2008, atrás apenas do contabilizado em 2021 (R$ 12,8 bi), um ano atípico por conta da retomada da economia após o período mais crítico da pandemia. Já a margem EBITDA Ajustado, em 2022, ficou em 15%, ante os 38% de 2021.
No quarto trimestre (4T22), o EBITDA Ajustado da companhia foi de R$ 579 milhões, ante R$ 836 milhões no trimestre anterior (3T22). A margem EBITDA dos últimos três meses do ano ficou em 8%, contra 10% do terceiro trimestre.
Ao longo de 2022, o lucro líquido da companhia foi de R$ 2,1 bilhões, o segundo maior em 14 anos. Em 2021 a empresa alcançou o recorde de R$ 10,1 bilhões nesse indicador. Já a receita líquida do ano passado ficou em R$ 32,5 bilhões, a segunda maior da série histórica e 4% inferior à registrada em 2021.
Em função, principalmente, do efeito contábil de impairment a Usiminas registrou prejuízo líquido de R$ 839 milhões no 4T22, ante lucro líquido de R$ 609 milhões no trimestre anterior. Já a receita líquida do 4T22 alcançou R$ 7,7 bilhões, 9,2% inferior ao 3T22 (R$ 8,4 bilhões).
“O ano passado foi desafiador e vínhamos de um período em que registramos recordes históricos nas nossas linhas de produção, em função da retomada econômica após o período mais agudo da pandemia. Os números de 2022 mostram a capacidade das nossas equipes em enfrentar desafios e gerar resultados”, avalia o presidente da Usiminas, Alberto Ono.
A dívida bruta consolidada em 31/12/22 era R$ 6,2 bilhões, 1,6% inferior ao final de 2021 (R$ 6,3 bilhões), com o efeito da valorização do real frente ao dólar. Já o Caixa e o Equivalente de Caixa consolidado era de R$ 5,1 bilhões (31/12/22), 27,8% a menor em comparação com a posição em 31/12/21 (R$ 7 bilhões). A geração de EBITDA no período compensou parcialmente a redução.
Destaque ainda para o CAPEX de 2022 que totalizou R$ 2,2 bilhões, 47,3% superior a 2021 (R$ 1,5 bilhão). No trimestre (4T22), os investimentos atingiram R$ 867 milhões, 43,4% a maior em comparação ao 3T22 (R$ 604 milhões).
Siderurgia da Usiminas obtém receita recorde
Na siderurgia, a Usiminas obteve, no ano, receita líquida de R$ 28,7 bilhões, a maior da história desta unidade de negócios, número 1,2% superior ao registrado em 2021. A produção de aço bruto na Usina de Ipatinga em 2022 foi de 2,7 milhões de toneladas, inferior em 16,4% em relação ao ano anterior (3,2 mi de toneladas). Já a produção de laminados nas usinas de Ipatinga e de Cubatão totalizou 4,2 milhões de toneladas em 2022, uma redução de 15,8% em relação a 2021 (5,0 milhões de toneladas).
Ainda em relação à produção, os números do quarto trimestre se mantiveram em linha com o trimestre anterior (3T22). A produção de aço bruto em Ipatinga, de outubro a dezembro, foi de 650 mil toneladas (660 mil toneladas no 3T22); já a de laminados nas duas unidades totalizou 1,0 milhão de toneladas nos três últimos meses do ano, em linha com o 1,03 milhão de toneladas de julho a setembro.
No consolidado de 2022, o volume de vendas somou 4,2 milhões de toneladas de aço, 12,2% inferior a 2021 (4,8 milhões de toneladas). No mercado interno, as vendas foram de 3,6 milhões de toneladas, uma redução de 15,6% em relação a 2021 (4,3 milhões de toneladas). Já as exportações foram de 609 mil toneladas, 15,1% superior a 2021 (529 mil toneladas). No consolidado do ano, 86% das vendas foram destinadas ao mercado interno e 14% às exportações (ante 89% e 11%, respectivamente, em 2021).
No 4T22, o volume de vendas somou 963 mil toneladas de aço, superior ao guidance (projeção) de 950 mil toneladas fornecido pela Companhia para o período. No período, houve um recuo de 8% em relação ao 3T22 (1.047 mil de toneladas). As vendas internas totalizaram 872 mil toneladas de outubro a dezembro, uma redução de 7% em relação ao 3T22 (938 mil toneladas). As exportações no quarto trimestre atingiram 92 mil toneladas, representando uma redução de 15,7% em relação ao 3T22 (109 mil toneladas). Com isso, nos últimos três meses do ano, as vendas internas atingiram 90% e o restante (10%) foi destinado à exportação.
Para Alberto Ono, presidente da Usiminas, os esforços da Companhia em 2023 estão concentrados, principalmente, nos investimentos na Usina de Ipatinga. “Estamos próximos à reforma do Alto-Forno 3, nosso maior aporte nesta década e que garantirá a sustentabilidade operacional da unidade pelos próximos 15 a 20 anos. Soma-se a isso as intervenções nas Coquerias e na Aciaria 2, que nos darão mais competitividade operacional, fortalecendo, também, a nossa atuação na área ambiental”.
Na Mineração Usiminas, o volume de produção totalizou 8,9 milhões de toneladas, uma redução de 2,6% quando comparado a 2021 (recorde registrado pela unidade de 9,1 milhões de toneladas). As vendas no ano passado foram de 8,6 milhões de toneladas, ante 9 milhões de toneladas em 2021. Entre os fatores que geraram essas reduções estão os impactos das fortes chuvas no início do ano passado, que prejudicaram, ainda, a cadeia logística e, também, o ramp up da planta de empilhamento a seco (Dry Stacking).
No 4T22 o volume de produção da Mineração Usiminas foi de 2,3 milhões de toneladas, uma redução de 7,8% em comparação ao 3T22 (2,5 milhões de toneladas), devido, principalmente, à manutenção programada realizada em uma das plantas de beneficiamento. O volume de vendas de outubro a dezembro foi de 2,4 milhões de toneladas, superior em 7,1% ao trimestre anterior (2,2 milhões de toneladas).
Na unidade de Transformação do Aço, a Soluções Usiminas registrou receita líquida anual de R$9,4 bilhões, 10,2% superior a 2021 (R$8,5 bilhões). O EBITDA Ajustado em 2022 foi de R$534 milhões, 44% inferior ao ano anterior (R$953 milhões). A margem EBITDA Ajustado foi de 5,7%, ante 11,2% em 2021.
Já na comparação trimestral, a receita líquida no 4T22 totalizou R$ 2,2 bilhões, 16,2% inferior ao registrado nos três meses anteriores (R$ 2,6 bilhões). O EBITDA Ajustado no 4T22 foi de R$ 50 milhões, 66,0% a menor na comparação ao 3T22 (R$ 148 milhões). A margem EBITDA Ajustado foi de 2,3% no 4T22 (3T22: 5,6%).
A Usiminas é a única empresa do setor Siderúrgico a integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, em 2023. O indicador é uma referência para os investidores no que diz respeito às boas práticas de ESG das companhias. “A participação no ISE é resultado de um trabalho de longo prazo que a Usiminas vem realizando, na busca da harmonização das nossas operações ao cenário de uma agenda ESG cada dia mais exigente”, afirma Alberto Ono. Como exemplos dessa evolução, o presidente destaca a criação da Política de Gerenciamento de Riscos, os avanços na agenda do Projeto Cadeia do Aço, visando engajamento dos Fornecedores e Clientes à pauta climática da Usiminas; a realização do Inventário de Emissão de Gases de Efeito Estufa de acordo com norma ISO 14.064 e a participação no programa Carbon Disclosure Project (CDP).