Economia
Alto-forno

Usiminas registrou lucro de R$ 975 milhões no 4º trimestre

O valor reverte o prejuízo de R$ 839 milhões apurado no mesmo período de 2022 e também é R$ 1,1 bilhão superior ao prejuízo líquido apresentado no trimestre anterior.

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10 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Usiminas registrou lucro de R$ 975 milhões no 4º trimestre
O capex totalizou R$ 654 milhões no quarto trimestre de 2023, sendo 80% na unidade de siderurgia e 20% em mineração.

A Usiminas registrou lucro líquido de R$ 975 milhões no quarto trimestre de 2023, de acordo com o balanço da companhia divulgado na sexta-feira, 9. O valor reverte o prejuízo de R$ 839 milhões apurado no mesmo período de 2022 e também é R$ 1,1 bilhão superior ao prejuízo líquido apresentado no trimestre anterior.

De acordo com a Usiminas, o resultado foi provocado, principalmente, pela maior recuperabilidade de prejuízos fiscais no valor de R$ 495 milhões, além dos efeitos pontuais em custos e despesas operacionais.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado da Usiminas somou R$ 625 milhões, valor 8% maior ante o quarto trimestre de 2022. A margem Ebitda ajustada foi de 9%, dois pontos porcentuais acima do registrado um ano antes. A receita líquida da Usiminas caiu 11% no comparativo anual, chegando a R$ 6,781 bilhões.

O capex totalizou R$ 654 milhões no quarto trimestre de 2023, sendo 80% na unidade de siderurgia e 20% em mineração. Assim, os investimentos foram 25% inferiores na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o capex foi de R$ 867 milhões.

O caixa consolidado da Usiminas somou R$ 6,010 bilhões ao final de 2023, 18,5% superior ante o registrado na posição do final de 2022 (R$ 5,1 bilhões). Segundo a empresa, o resultado foi provocado pela redução de capital de giro em R$ 3,7 bilhões e geração de Ebitda de R$ 1,8 bilhão, parcialmente compensado pelo capex de R$ 3,0 bilhões.

Em janeiro, a Usiminas recebeu o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o presidente do Grupo Techint, Paolo Rocca, para a cerimônia que marcou a retomada da operação do Alto-forno 3 da Usina de Ipatinga. O equipamento passou por uma ampla reforma ao longo de 2023, com foco, principalmente, na eficiência operacional e ambiental. O evento teve a presença, também, do presidente da Ternium, Maximo Vedoya e do prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes.

Em sua fala ao público, Rocca ressaltou que entrada em operação do Alto-forno 3 é um marco muito importante para a continuidade e a modernização industrial da Usiminas. “Quero reafirmar o nosso compromisso como acionista para impulsionar a Usiminas. Esse é o primeiro passo. O programa de modernização da Usiminas começou com a conclusão do Alto-forno e vamos continuar avançando. Não tem marcha ré. A Usiminas terá, nos próximos anos, grandes projetos de transformação, em Ipatinga, em Cubatão e na Mineração, para avançar na descarbonização das suas operações, para dar maior valor agregado aos seus produtos, para melhorar a sua produtividade e eficiência e poder competir com as melhores plantas do mundo com uma ampla gama de produtos”, afirmou.

O executivo ressaltou, ainda, a concorrência desleal com o aço importado, que tem entrado em grandes volumes no mercado nacional. “Essa relação desequilibrada está fazendo danos muito graves no mercado de aço brasileiro e na indústria de transformação. Em todos os países onde operamos, há taxas para evitar a competição desleal com a China. No Brasil, o crescimento da importação do aço foi de 50% no último ano e não vemos nenhuma movimentação para bloquear esse processo”, destacou Rocca.

Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, destacou o investimento realizado pela companhia. “Parabéns a todos os envolvidos na reforma do Alto-forno 3, um projeto que se destaca como um dos maiores investimentos realizados em Minas Gerais durante esses cinco anos de governo. Um projeto grandioso, maior, talvez, do que 98% dos demais investimentos recebidos pelo estado”.

O Alto-forno 3 recebeu R$2,7 bilhões em investimentos, o que possibilitou que toda a estrutura do equipamento fosse substituída e atualizada, permitindo uma melhor distribuição a carga metálica e dos combustíveis. Há também ganhos do ponto de vista ambiental. Após a reforma, o Alto-forno conta com um controle mais moderno e preciso, além de gerar menores emissões de CO2 e de material particulado. Hoje, o equipamento é o mais moderno em operação no ocidente. A operação foi retomada em novembro de 2023 e o equipamento, com capacidade para produzir 3 milhões de toneladas anuais de ferro gusa, atingiu a produção em nível comercial ainda em 2023.

Durante a reforma, foram gerados cerca de nove mil empregos temporários, sendo 60% das vagas ocupadas por pessoas da região do Vale do Aço. Cerca de R$ 400 milhões foram investidos em compra de equipamentos e materiais para a obra de fornecedores locais e, apenas de ISSQN, houve uma arrecadação de R$ 17 milhões.