O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à NBC News que uma de suas primeiras prioridades ao assumir o cargo em janeiro seria tornar a fronteira “forte e poderosa”. Quando questionado sobre sua promessa de campanha de deportações em massa, Trump disse que seu governo não teria “nenhuma escolha” a não ser realizá-las.
Trump disse que considera sua ampla vitória sobre a vice-presidente Kamala Harris um mandato “para trazer bom senso” ao país. “Obviamente, temos que tornar a fronteira forte e poderosa e, ao mesmo tempo, queremos que as pessoas entrem em nosso país”, disse ele à NBC. “E você sabe, eu não sou alguém que diz: Não, você não pode entrar. Queremos que as pessoas entrem.”
Sobre o investimento que precisará fazer para concretizar a política, o republicano respondeu que não é “uma questão de preço”. “Não temos escolha quando as pessoas têm matado e assassinado, quando traficantes poderosos têm destruído o país. Eles agora vão voltar para os seus países, não vão ficar aqui. Não é algo em que você coloque um preço”, afirmou.
Como candidato, Trump prometeu várias vezes realizar o “maior esforço de deportação da história americana”. Perguntado sobre o custo de seu plano, ele disse: “Não se trata de uma questão de custo. Não é – de fato, não temos escolha”.
Não se sabe ao certo quantos imigrantes sem documentos existem nos EUA, mas o diretor interino do ICE, Patrick J. Lechleitner, disse à NBC News em julho que um esforço de deportação em massa seria um enorme desafio logístico e financeiro.
Dois ex-funcionários do governo Trump envolvidos com a imigração durante seu primeiro mandato disseram à NBC News que o esforço exigiria a cooperação entre várias agências federais, incluindo o Departamento de Justiça e o Pentágono.
Na entrevista telefônica, Trump creditou parcialmente sua mensagem sobre imigração como a razão de ter vencido a corrida, dizendo: “Eles querem ter fronteiras e gostam que as pessoas entrem, mas elas têm que entrar com amor pelo país. Elas têm que entrar legalmente”.
Trump também destacou a coalizão diversificada de eleitores que atraiu, apontando os ganhos que obteve entre os eleitores latinos, jovens, mulheres e asiático-americanos em 2020.
“Comecei a ver que o realinhamento poderia acontecer porque os democratas não estão alinhados com o pensamento do país”, disse Trump à NBC. “Não se pode tirar o dinheiro da polícia, esse tipo de coisa. Eles não querem desistir e não funcionam, e as pessoas entendem isso.”
O próximo mandato de Trump incluirá a participação do bilionário Elon Musk na administração americana. Ainda não se sabe qual será sua função, porém o presidente já disse que o nomearia para uma nova comissão de eficiência governamental, como “secretário de corte de custos”.
As atitudes do empresário de tecnologia quanto a suas empresas – Tesla, SpaceX e a rede X – têm sido drásticas para aumentar a eficiência das companhias, que agora hoje são líderes de seus setores no caso da Tesla e SpaceX. Na sua aquisição do antigo Twitter, Musk cortou 80% da força de trabalho, mesmo sob críticas de como tratava os funcionários.
Suas ações inspiraram outras empresas do setor a tentarem as mesmas medidas e foram citadas por eleitores do republicano como forma de melhorar o governo americano.
Em conversas sobre seu papel no novo Departamento de Eficiência Governamental, ou DOGE, o bilionário acredita que poderia cortar US$ 2 trilhões do orçamento federal – cerca de um terço do dinheiro que o governo gastou no ano fiscal encerrado em 30 de setembro. É importante destacar que os déficits aumentaram para US$ 1,8 bilhão no último ano do governo Trump.
Com a conquista do Senado pelo partido republicano, que também pode obter maioria do Congresso, a nova administração teria a oportunidade de cortar gastos com pouca oposição. Mesmo que o Congresso não aprove os cortes, apoiadores do ex-presidente disseram que haveria manobras semelhantes para reduzir regulamentações.