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Trem intercidades vai a leilão com expectativa de R$ 13,5 bilhões em investimentos

No TIC, serviço expresso, a viagem entre São Paulo e Campinas tem previsão de cerca de uma hora, com uma única parada em Jundiaí e passagem máxima a R$ 64.

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28 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Trem intercidades vai a leilão com expectativa de R$ 13,5 bilhões em investimentos
A Linha 7-Rubi, atualmente administrada pela Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM), liga a Estação Barra Funda, em São Paulo, a Jundiaí, com 17 estações entre os dois destinos.

O Trem Intercidades (TIC) Eixo Norte, que vai conectar a capital paulista a Campinas, no interior do Estado, vai a leilão na quinta-feira, 29, na sede da B3 em São Paulo, a partir das 15h. Com R$ 13,5 bilhões previstos em investimentos, a empresa ganhadora será também responsável pela implementação do Trem Intermetropolitano (TIM) e expansão da Linha 7-Rubi.

No TIC, serviço expresso, a viagem entre São Paulo e Campinas tem previsão de cerca de uma hora, com uma única parada em Jundiaí e passagem máxima a R$ 64. Já o TIM, no modelo parador, vai conectar Jundiaí a Campinas, com estações também em Louveira, Vinhedo e Valinhos.

A Linha 7-Rubi, atualmente administrada pela Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM), liga a Estação Barra Funda, em São Paulo, a Jundiaí, com 17 estações entre os dois destinos.

A previsão do governo de São Paulo é que os três modelos estejam em operação simultaneamente em 2031, possibilitando o transporte de quase 550 mil pessoas por dia no primeiro ano de operação completa. A expectativa é que a demanda cresça gradualmente e atinja 564 mil passageiros em 2035 e 672 mil em 2050.

O prazo de concessão será de 30 anos, a partir do início da operação dos novos ramais ou da extensão do serviço comercial da Linha 7, segundo o governo paulista.

A proposta vencedora será a que oferecer maior desconto porcentual nos tetos de contraprestação financeira máxima ou de aporte máximo, caso necessário. De acordo com o edital, o valor máximo de contraprestação é de R$ 8,06 bilhões e o de aporte é de R$ 8,9 bilhões.

Atualmente, passageiros que querem ir da capital a Campinas por transporte coletivo precisam recorrer a fretados ou ônibus intermunicipais

A ligação direta entre as cidades será realizada via trem expresso de média velocidade, que será o mais rápido em operação no Brasil. O trajeto entre São Paulo e Campinas contará com uma parada em Jundiaí.

Atualmente, quem opta pelo transporte público depende de transferências entre a Linha 7-Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ônibus municipais em Jundiaí e em seguida um intermunicipal até Campinas.

O percurso da estação Barra Funda, na capital, até Jundiaí leva cerca de uma hora. Para chegar da estação Jundiaí da CPTM até a rodoviária local, no entanto, são mais dois ônibus circulares, o que leva cerca de uma hora e vinte minutos. A viagem de ônibus entre Jundiaí e Campinas tem duração de uma hora e quinze minutos. Ou seja, o itinerário completo – Barra Funda a Campinas – leva mais de três horas e meia. 

Outra opção é pegar um ônibus intermunicipal ou fretado para ir diretamente de São Paulo a Campinas. No trecho, o tempo de viagem leva entre 1h30 e 2h. Além dessas alternativas, resta a viagem com veículo particular.

“Para quem mora na região, vai melhorar bastante o transporte. Acho o trem uma ótima ideia. Até porque, para ir para Campinas, preciso pegar ônibus atualmente. Quanto mais beneficiar o trabalhador, melhor”, afirma Rubinalvo Alencar, que utiliza diariamente a Linha 7 da CPTM para ir até Jundiaí.

Além da praticidade e conforto, o TIC representa uma opção de transporte mais sustentável, uma vez que os trens elétricos emitem menos gases poluentes em relação ao modal rodoviário.

O projeto de Parceria Público Privada (PPP) do TIC Eixo Norte ainda prevê a implementação do Trem Intermetropolitano (TIM), também chamado de “trem parador”, que será interligado à Linha 7-Rubi.

O TIM terá 44 km de extensão, ligando Jundiaí e Campinas com paradas em Louveira, Vinhedo e Valinhos. O percurso será feito em 33 minutos, com velocidade média de 80 km/h, superior aos 56 km/h médios do metrô. Os trens terão capacidade para até 2.048 passageiros cada. 

“Muitos jundiaienses trabalham em Campinas e o trem vai ajudar nesse fluxo. Vai evitar de ter que ficar pegando ônibus ou carro. Para a cidade, vai ser muito importante”, opina Ednilson Pereira Rosa, morador de Jundiaí. Corretor de imóveis, ele avalia que a reativação do trem de passageiros pode atrair novos empreendimentos nas cidades da região, uma vez que o transporte entre elas será facilitado. 

Morador de Francisco Morato, Alex Antônio utiliza a Linha 7-Rubi para ir ao trabalho em Jundiaí. Para ele, o trem de passageiros facilita a mobilidade de quem reside ou trabalha na Região Metropolitana Noroeste de São Paulo.

“(Para ir até Campinas) seria uma viagem que você vem de trem, para na estação Jundiaí e pega ônibus para Campinas. O TIC facilitaria muito, tanto para o trânsito até o emprego como também para o lazer. Assim que inaugurar, estarei usando”, afirma.

Além das duas novas linhas de trem de passageiros, a PPP prevê que as atuais 17 estações da Linha 7-Rubi entre a Barra Funda e Jundiaí passem a ser geridas pela empresa concessionária, com previsão de requalificação da linha.

Maior malha em extensão de trem urbano de São Paulo, com 57 quilômetros, a linha é atualmente gerida e operada pela CPTM. Em 2023, ela foi responsável pelo transporte de mais de 98,9 milhões de passageiros. A expectativa é que a concessão da Linha 7 atenda aproximadamente 400 mil pessoas por dia.

O tempo médio do percurso está estimado em 1 hora por sentido, na velocidade comercial de 56 km/h. Ao final da concessão, a previsão é de que o intervalo de trens seja de 3,5 minutos nos horários de pico.

Somando os três sistemas integrados – TIC São Paulo-Campinas, TIM e Linha 7-Rubi -, 550 mil pessoas serão transportadas diariamente no primeiro ano de operação conjunta. Os 11 municípios contemplados pelos trechos dos modais somam uma população de 15 milhões de pessoas, que serão beneficiadas pelas novas alternativas de rota.