Economia

Taxa de desemprego fica em 8,5% no trimestre até abril

Em igual período de 2022, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 10,5%. No trimestre encerrado em março de 2023, a taxa de desocupação era de 8,8%.

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31 de maio de 2023
Vinicius Palermo
Taxa de desemprego fica em 8,5% no trimestre até abril
A taxa de desemprego no País poderia ter subido mais em abril, não fosse a migração de trabalhadores que perderam emprego para a inatividade.

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 8,5% no trimestre encerrado em abril, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã de quarta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em igual período de 2022, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 10,5%. No trimestre encerrado em março de 2023, a taxa de desocupação estava em 8,8%.

A taxa de desemprego no País poderia ter subido mais em abril, não fosse a migração de trabalhadores que perderam emprego para a inatividade. A taxa de desocupação subiu de 8,4% no trimestre terminado em janeiro para 8,5% no trimestre encerrado em abril. No trimestre terminado em abril de 2022, a taxa estava em 10,5%.

O País registrou uma extinção de 605 mil vagas no mercado de trabalho em relação ao trimestre encerrado em janeiro, um recuo de 0,6% na ocupação. A população ocupada somou 98,031 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril. Em um ano, mais 1,520 milhão de pessoas encontraram uma ocupação.

A população desocupada aumentou em 101 mil pessoas em um trimestre, totalizando 9,095 milhões de desempregados no trimestre até abril. Em um ano, 2,254 milhões de pessoas deixaram o desemprego.

A população inativa somou 67,227 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, 885 mil a mais que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente aumentou em 2,281 milhões de pessoas.

O nível da ocupação – porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – passou de 56,7% no trimestre até janeiro para 56,2% no trimestre até abril. No trimestre terminado em abril de 2022, o nível da ocupação era de 55,8%.

O Brasil registrou 3,769 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril. O resultado significa 192 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em janeiro, um recuo de 4,8%. Em um ano, 682 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 15,3%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

No trimestre terminado em abril, faltou trabalho para 20,972 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 18,7% no trimestre até janeiro de 2023 para 18,4% no trimestre até abril.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até abril de 2022, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 22,5%.

A população subutilizada caiu 2,5% ante o trimestre até janeiro, 533 mil pessoas a menos. Em relação ao trimestre até abril de 2022, houve um recuo de 19,6%, menos 5,124 milhões de pessoas.

Segundo o IBGE, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5,2% no trimestre até abril de 2022, ante 5,3% no trimestre até janeiro.

Em todo o Brasil, há 5,053 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até janeiro para o trimestre até abril, houve um recuo de 182 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 1,506 milhão de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano.

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 24,372 bilhões no período de um ano, para R$ 278,821 bilhões, uma alta de 9,6% no trimestre encerrado em abril de 2023 ante o trimestre terminado em abril de 2022.

Na comparação com o trimestre terminado em janeiro, a massa de renda real caiu 0,7% no trimestre terminado em abril, com R$ 2,044 bilhões a menos.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma redução real de 0,1% na comparação com o trimestre até janeiro, R$ 3 a menos, para R$ 2.891.

Em relação ao trimestre encerrado em abril de 2022, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 7,5%, R$ 201 a mais.

A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,0% no trimestre terminado em abril ante o trimestre encerrado em janeiro.

Já na comparação com o trimestre terminado em abril de 2022, houve elevação de 12,5% na renda média nominal, revelou Alessandra Brito, analista da pesquisa do IBGE.

O trimestre encerrado em abril de 2023 mostrou um fechamento de 6 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, 1,560 milhão de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado.

O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 36,807 milhões no trimestre até abril, enquanto as que atuavam sem carteira assinada alcançaram 12,725 milhões, 383 mil a menos que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até abril de 2022, foram criadas 252 mil vagas sem carteira no setor privado.

O trabalho por conta própria perdeu 78 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,221 milhões. O resultado significa 326 mil pessoas a menos atuando nessa condição em relação a um ano antes.

O número de empregadores encolheu em 79 mil em um trimestre. Em relação a abril de 2022, o total de empregadores é menor em quatro mil pessoas.

O País teve um recuo de 189 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,694 milhões de pessoas. Esse contingente é 75 mil pessoas menor que no ano anterior.

O setor público teve 146 mil ocupados a mais no trimestre terminado em abril ante o trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com o trimestre até abril de 2022, foram abertas 473 mil vagas.

O País registrou uma taxa de informalidade de 38,9% no mercado de trabalho no trimestre até abril de 2023. Havia 38,089 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, 365 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais. A extinção de vagas no mercado de trabalho como um todo no período totalizou 605 mil.

“A redução de informais é mais uma questão sazonal do que uma questão estrutural”, avaliou Alessandra Brito. “É mais fácil dispensar um trabalhador sem vínculo (formal).”

Em um trimestre, na informalidade, houve redução de 383 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 15 mil de pessoas no trabalho familiar auxiliar, de 212 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada e de 50 mil empregadores sem CNPJ. Por outro lado, houve elevação de 295 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ.

A queda na população ocupada atuando na informalidade em um trimestre foi de 0,9%. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais recuou em 645 mil pessoas, queda de 1,7%.