Economia
Renda sobe

Taxa de desemprego fica em 8,0% no trimestre

Em igual período de 2022, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua, do IBGE, estava em 9,3%.

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28 de julho de 2023
Vinicius Palermo
Taxa de desemprego fica em 8,0% no trimestre
No trimestre terminado em junho, faltou trabalho para 20,351 milhões de pessoas no País

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 8,0% no trimestre encerrado em junho, de acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã de sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em igual período de 2022, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 9,3%. No trimestre móvel até maio, a taxa de desocupação estava em 8,3%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.921 no trimestre encerrado em junho. O resultado representa alta de 6,2% em relação ao mesmo trimestre de 2022.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 284,148 bilhões no trimestre encerrado em junho, alta de 7,2% ante igual período do ano passado, segundo o IBGE.

No trimestre terminado em junho, faltou trabalho para 20,351 milhões de pessoas no País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu de 18,90% no trimestre até março para 17,80% no trimestre até junho O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até junho de 2022, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 21,20%.

A população subutilizada subiu 2,40% ante o trimestre até março, 120 mil pessoas a mais. Em relação ao trimestre até junho de 2022, houve um recuo de 21,90%, menos 1,436 milhão de pessoas.

O Brasil registrou 3,7 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em junho. O resultado significa 199 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em março, um recuo de 5,10%. Em um ano, 593 mil pessoas deixaram a situação de desalento, baixa de 13,90%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

O novo crescimento de 1,1% no número de brasileiros empregados não se refletiu em aumento significativo da massa salarial do País, mesmo em um cenário de estabilidade da renda média, informou a coordenadora de pesquisas domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Adriana Beringuy.

Segundo a técnica, isso reflete o crescimento do perfil de novos empregos com remuneração baixa, além de aumento no número de vagas sem carteira assinada e, também, de informais.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE mostram que a população ocupada ganhou 1,1 milhão de brasileiros no segundo trimestre, alcançando 98,9 milhões de pessoas. Aumento de 1,1% na margem trimestral e de 0,7% na comparação com igual período do ano passado.

Ainda assim, a massa salarial mensal ficou em R$ 284,148 bilhões no período, avanço de apenas 1% ou R$ 2,8 bilhões ante o trimestre fechado em março, o que o IBGE considera estabilidade. Já na comparação anual houve alta notável de 7,2% no montante ou mais R$ 19 bilhões. O rendimento médio, por sua vez, ficou em R$ 2.921,00, estável (-R$ 2,00) frente ao trimestre anterior e cresceu 6,2% no ano.

Beringuy atribui o descolamento entre aumento da ocupação e massa salarial ao aumento de empregados com salários baixos, como, por exemplo, trabalhadores domésticos, contingente que avançou 2,4% do primeiro para o segundo trimestre.

Com relação ao contingente sem carteira assinada no setor privado, o IBGE registra alta de 2,4% ou mais 303 mil pessoas no segundo trimestre ante o primeiro. Já no setor público, esse contingente sem carteira assinada subiu 13,6% na mesma comparação, o equivalente a 377 mil pessoas. Esses trabalhadores sem vínculo estatutário ou pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no setor público, disse Beringuy, foram contratados sobretudo por prefeituras.

Por último, a taxa de informalidade avançou 0,2 ponto porcentual para 39,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro, embora fosse de 40,0% há um ano atrás.

“O tipo de vínculo que se destaca como responsável pelo crescimento da ocupação vem de um dos segmentos da informalidade, que é o emprego sem carteira assinada”, reitera Beringuy.

A maior parte dos 10 grupos de atividades monitorados pelo IBGE mostrou estabilidade no número de empregos. Segundo a técnica, o único destaque na geração de empregos no trimestre terminado em junho foi o grupo Administração Pública, Saúde e Educação, cujo número de empregos subiu 4,2% ante os três meses até março, o equivalente a mais 716 mil vagas. Com isso, o grupo fechou o segundo trimestre com 17,88 milhões de pessoas em suas fileiras. Ante um ano atrás, o crescimento foi de 4,6% ou mais 793 mil empregos.

Essa alta de empregos da administração pública, educação e saúde, disse Beringuy, segue um padrão sazonal de retomada de vagas após dispensa de temporários no início do ano. Os principais vetores dentro desse grupo, acrescentou ela, foram as atividades de Saúde e Educação.

Ela destacou o “contingente expressivo” de contratados temporariamente no setor público, sobretudo nas áreas de educação e saúde de prefeituras, que cai no início do ano e se recompõe nos trimestres seguintes.

Depois, a atividade que mais gerou empregos proporcionalmente, mas ainda assim ficou dentro da estabilidade, foram os serviços domésticos, com avanço de 2,4% ou 136 mil vagas em junho ante março, o que levou o contingente empregado para 5,87 milhões. Com relação ao mesmo período do ano passado, porém, serviços domésticos tiveram ligeira queda de 0,3%, o equivalente a menos 20 mil vagas.
Entre as demais atividades, cujo número de vagas Beringuy considerou próximo à estabilidade, três oscilaram levemente para baixo, enquanto outras cinco oscilaram para cima.

Entre as que viram expansão no número de postos de trabalho ante o primeiro trimestre, figuram Agricultura, com alta de 0,7% para um total de 8,3 milhões; Indústria, com alta de 0,9% para 12,7 milhões; Alojamento e Alimentação, com alta de 1,9% para 5,5 milhões; Informação e Comunicação, com avanço de 0,1% para um total de 12 milhões; e “Outros serviços”, que avançou 1,6% na margem para 5,2 milhões de empregados.

As atividades que perderam postos de trabalho no segundo trimestre, foram: Construção, com recuo de 0,2%, perda de 11 mil vagas para um total de 7,1 milhões; Comércio, com retração de 0,5% ou menos 85 mil vagas para um novo total de 18,8 milhões; e Transporte, com recuo de 0,7% ou 36 mil vagas para 5,3 milhões.