Economia
Renda maior

Taxa de desemprego fica em 7,8% no trimestre

Em igual período de 2023, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,6%.

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29 de março de 2024
Vinicius Palermo
Taxa de desemprego fica em 7,8% no trimestre
O País registrou uma perda de 258 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até fevereiro de 2024

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em igual período de 2023, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,6%. No trimestre encerrado em janeiro de 2024, a taxa de desocupação estava em 7,6%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.110 no trimestre encerrado em fevereiro. O resultado representa alta de 4,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 307,3 bilhões no trimestre até fevereiro, alta de 6,7% ante igual período do ano anterior.

O País registrou uma perda de 258 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até fevereiro de 2024 em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023, um recuo de 0,3% na ocupação. A população ocupada totalizou 100,250 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro. Em um ano, mais 2,127 milhões de pessoas encontraram uma ocupação.

A população desocupada aumentou em 332 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,535 milhões de desempregados no trimestre até fevereiro. Em um ano, 689 mil pessoas deixaram o desemprego.
A população inativa somou 66,813 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, 293 mil a mais que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente aumentou em 59 mil pessoas.

O nível da ocupação – porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – ficou em 57,1% no trimestre até fevereiro, ante 57,4% no trimestre até novembro de 2023. No trimestre terminado em fevereiro de 2023, o nível da ocupação era de 56,4%.

O Brasil registrou 3,671 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em fevereiro. O resultado significa 293 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2023, um aumento de 8,7%. Em um ano, 299 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 7,5%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5,1% no trimestre até fevereiro, ante 5,4% no trimestre até novembro de 2023.

Em todo o Brasil, há 5,084 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até novembro de 2023 para o trimestre até fevereiro de 2024, houve um recuo de 379 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 23 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a mais em um ano.

A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, disse que o mercado de trabalho mostrou uma tendência sazonal de aumento na taxa de desemprego neste início de ano, mas 2024 sinaliza um panorama favorável, com a manutenção tanto do avanço do emprego formal quanto da renda do trabalhador.

“O resultado atual, de modo geral, reprisa movimentos já registrados em anos anteriores”, disse a coordenadora do IBGE. “Na virada de trimestre, na virada de ano, costuma ter esse crescimento (na taxa de desemprego).”

“Embora tenha crescimento desse indicador, a gente tem um passado recente de um ano bastante favorável para o mercado de trabalho”, pontuou Adriana Beringuy. “Parece sim ser um ano que se inicia com um panorama favorável, principalmente quando a gente considera que a ocupação ficou (estatisticamente) estável, e que até mesmo o segmento formal dessa ocupação se manteve nesse trimestre encerrado agora em fevereiro de 2024. Temos a sazonalidade, que era esperada, mas, embutida nessa sazonalidade, temos a manutenção do crescimento do trabalho formal como também do próprio rendimento”, justificou.

O País registrou um fechamento de 258 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até fevereiro. “De modo geral, quem influenciou essa perda foi a administração pública e a agricultura. E outras atividades, embora não tenham registrado ganho significativo, tiveram desempenho positivo”, apontou Beringuy.
A população ocupada totalizou 100,250 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro. Em um ano, mais 2,127 milhões de pessoas encontraram uma ocupação.

“Embora tenha 258 mil pessoas (que perderam a ocupação em um trimestre, ante novembro de 2023), o status dessa variação é de estabilidade. O crescimento da taxa de desocupação é provocado por uma maior procura de trabalho e estabilidade de população ocupada”, afirmou a pesquisadora.

A redução no número de pessoas trabalhando foi puxada pela informalidade. Em um trimestre, 581 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais. Ao mesmo tempo, foram abertas 269 mil novas vagas com carteira assinada no setor privado, para um ápice de 37,995 milhões de pessoas trabalhando nessas condições.

O avanço do emprego formal ajudou a elevar a renda média do trabalhador para R$ 3.110, alta de 1,1% em um trimestre, impulsionando também a massa de salários em circulação na economia para novo recorde: R$ 307,226 bilhões de reais, uma expansão de 0,9% em um trimestre, R$ 2,879 bilhões a mais.