Economia
Modernização

Suzano estima investimentos de capital de R$ 14,6 bilhões em 2024

Os outros R$ 10 bilhões são divididos em: R$ 7,7 bilhões para manutenção; R$ 900 milhões para expansão, modernização e outros; e R$ 1,4 bilhão para terras e florestas.

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01 de dezembro de 2023
Vinicius Palermo
Suzano estima investimentos de capital de R$ 14,6 bilhões em 2024
A Suzano afirma ainda que o segmento "Expansão, Modernização e Outros" inclui os valores de desembolso previstos para 2024 referentes aos projetos anunciados em 26 de outubro de 2023

O conselho de administração da Suzano aprovou estimativa de investimentos de capital (capex) no valor de R$ 14,6 bilhões para o exercício de 2024. Destes, R$ 4,6 bilhões são destinados para o Projeto Cerrado. Os outros R$ 10 bilhões são divididos em: R$ 7,7 bilhões para manutenção; R$ 900 milhões para expansão, modernização e outros; e R$ 1,4 bilhão para terras e florestas.

A Suzano também disse que manteve estimativa de investimento de capital (capex) para o ano de 2023 no valor de R$ 18,5 bilhões, conforme divulgado em fato relevante de 1ª de dezembro de 2022.

“A redução do valor total de capex previsto para 2024 em relação ao exercício de 2023 decorre, principalmente, do menor desembolso referente ao Projeto Cerrado. Cabe ainda informar que a estimativa de investimento de capital relativo à plena execução do Projeto Cerrado mantém-se em um total de R$ 22,2 bilhões, de forma que é esperado para 2025 um desembolso residual de R$ 500 milhões”, segundo a companhia.

A Suzano afirma ainda que o segmento “Expansão, Modernização e Outros” inclui os valores de desembolso previstos para 2024 referentes aos projetos anunciados em 26 de outubro de 2023, quando informou investimento de R$ 1,17 bilhão em nova fábrica e nova caldeira no Espírito Santo. A companhia, contudo, ressalta que os valores da estimativa de capex não contemplam o efeito da monetização créditos de ICMS no estado do Espírito Santo, cujo montante estimado para 2024 é de aproximadamente R$ 140 milhões.

Com relação ao capex de manutenção para 2024, o maior dispêndio em relação ao ano anterior (de R$ 6,4 bilhões em 2023 para R$ 7,7 bilhões em 2024) refere-se, principalmente, à entrada em operação da Unidade de Ribas do Rio Pardo (atual Projeto Cerrado). Além de tal fator, o aumento no segmento está relacionado a maiores gastos florestais associados a arrendamentos, manutenção de estradas e silvicultura, por sua vez relacionados ao aumento de área plantada pela companhia, em linha com a estratégia florestal já divulgada ao mercado.

Por sua vez, a redução de capex prevista na linha de Terras e Florestas (de R$ 2,4 bilhões em 2023 para R$ 1,4 bilhão em 2024) se deve à ausência do desembolso referente à aquisição de Parkia ocorrido em 2023, e contempla novos investimentos oportunos que visam dar continuidade à estratégia de aumento da base florestal da companhia, que buscam proporcionar maior competitividade e/ou opcionalidade de crescimento de seu negócio no longo prazo.

A Suzano anuncia uma série de projetos que visam ampliar sua capacidade instalada de produção e que aumentarão sua eficiência operacional. A empresa investirá R$ 650 milhões na construção de uma fábrica de papel tissue no Espírito Santo, onde também investirá R$ 520 milhões para substituir uma caldeira de biomassa. A empresa também investirá R$ 490 milhões para ampliar a oferta de celulose fluff em São Paulo.

O investimento total de R$ 1,66 bilhão, anunciado durante a divulgação dos resultados do 3T23, está alinhado aos caminhos estratégicos de negócios da Suzano e reforça seu compromisso em adaptar constantemente suas operações à evolução da demanda no Brasil e nos mercados globais.

“O diferencial competitivo da Suzano na produção de papéis sanitários e celulose fluff e o crescimento de longo prazo desses mercados impulsionado por mudanças nos hábitos de consumo sustentam a estratégia de fortalecer nossa presença nesses segmentos. Somos líderes no mercado brasileiro de papel tissue e pioneiros na produção de celulose fluff de eucalipto, por isso devemos estar sempre prontos para atender nossos clientes”, afirma Walter Schalka, CEO da Suzano.

Os novos produtos à base de fluff e tissue chegarão ao mercado até o final de 2025 e no 1T26, respectivamente, e acrescentarão 340 mil toneladas de fluff e 60 mil toneladas de tissue à capacidade de produção da Suzano.

O terceiro investimento anunciado representa mais uma fase do processo de modernização da Unidade Aracruz. A nova caldeira de biomassa tornará a fábrica mais eficiente e estável, resultando em ganhos ambientais para a operação. A caldeira está prevista para entrar em operação no 4T25.

Os projetos serão divulgados durante o Suzano Investor Day, que acontece no dia 27 de outubro, quando a empresa também detalhará os resultados do 3T23, que se beneficiou de novas melhorias no custo caixa de produção para R$ 861 por tonelada, em um momento ainda marcado por fraco preços globais da celulose.

A Suzano reportou EBITDA ajustado de R$ 3,7 bilhões e fluxo de caixa operacional de R$ 1,9 bilhão. As vendas de celulose totalizaram 2,5 milhões de toneladas e as vendas de papel atingiram 331 mil toneladas. A receita líquida foi de R$ 8,9 bilhões. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 729 milhões, impactado pela desvalorização do real no trimestre, que afetou a parcela da dívida em dólar e derivativos.