Um ataque do grupo jihadista Al-Shabad na terça-feira, 21, causou a morte de pelo menos dez civis e deixou outros três feridos em Mogadíscio, capital da Somália, de acordo com o Ministério da Informação do país.
O ataque começou quando um homem-bomba explodiu no portão de um prédio residencial do bairro Abdias, que fica na zona leste da cidade da Somália, onde combatentes feridos de uma milícia pró-governo chamada Macawisley eram tratados. Familiares dos milicianos machucados estavam no local no momento do atentado.
Os militares da Somália entraram em combate com os terroristas e mataram quatro pessoas que participaram do ataque. Quatro membros das forças de segurança ficaram feridos.
Em comunicado, o Ministério da Informação afirmou ainda que o Exército conseguiu retirar “a maior parte das pessoas” que estavam no prédio. “O governo apresenta as suas condolências às famílias dos cidadãos agredidos e reza pela rápida recuperação dos cidadãos feridos”, diz a nota.
O Al-Shabab reivindicou a responsabilidade pelo ataque e afirmou ter matado 70 membros da milícia. O grupo jihadista é ligado à rede Al-Qaeda desde 2012 e frequentemente comete ataques terroristas em Mogadíscio e outras partes do país para derrubar o governo central e estabelecer um estado islâmico de Wahhabi, ultraconservador.
O Al-Shabab tem o controle de áreas rurais no centro e sul da Somália e também ataca países vizinhos, como Quênia e Etiópia. O presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, anunciou em agosto passado uma “guerra total” contra o grupo e, desde então, o Exército do país tem realizado ofensivas contra terroristas, às vezes com a colaboração militar dos Estados Unidos.
Com isso, as autoridades somalis conseguiram recuperar numerosos territórios e locais estratégicos. Em resposta, o Al-Shabab retaliou nos últimos meses, e chegou a atacar com dois carros-bomba o Ministério da Educação em Mogadíscio, o que causou a morte de pelo menos 120 pessoas em 29 de outubro.
A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado e deixou o país sem um governo efetivo, nas mãos de milícias islâmicas e senhores da guerra.