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Shoppings de São Paulo enfrentam desafios logísticos

Segundo o IPTC, os shoppings centers desempenham um papel significativo no cenário do varejo nacional, representando 18,3% do setor e contribuindo com 2,1% do PIB.

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02 de janeiro de 2024
Vinicius Palermo
Shoppings de São Paulo enfrentam desafios logísticos
Segundo o IPTC, os shoppings centers desempenham um papel significativo no cenário do varejo nacional

O Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC SP), lançou um compilado de análises em torno do descarregamento de mercadorias dos Shoppings Centers de São Paulo. A análise contemplou estudos sobre uso de equipamentos utilizados no transporte da mercadoria até as lojas, sendo eles: Carrinho, sacolas, manual, infraestrutura, estacionamento, corredor técnico, elevador de cargas e docas. Além, da concentração de horários que são adotadas as principais práticas.

Segundo o IPTC, os shoppings centers desempenham um papel significativo no cenário do varejo nacional, representando 18,3% do setor e contribuindo com 2,1% do PIB. Especialmente nas grandes regiões metropolitanas. No estado de São Paulo, prevê-se a existência de 196 estabelecimentos até o final de 2023, abrangendo uma área bruta locável total de 5.798.371 m². Diante desse contexto, a gestão logística desses centros de compras assume uma relevância crucial para a cadeia de abastecimento.

“Os shopping centers representam uma modalidade significativa dentro do comércio nacional, com alto fluxo de entregas, mas também com muitos desafios. Portanto, esta análise pode ser um diferencial para o transportador que deseja se antecipar, organizar e planejar as operações com mais eficiência e assertividade”, comenta a Economista e Coordenadora de Projetos, Raquel Serini.

O estudo notou que a maioria dos shoppings estão localizados na GDSP e na Zona Sul de São Paulo representando cerca de 48% da amostra, em contrapartida, o centro da cidade conta com apenas 9% dos shoppings. Isso, devido às restrições de circulação de caminhão nas vias, seja por horário ou por tamanho de veículo, acabam inibindo esse tipo de comércio na região.

Apesar de receberem uma média de 1.900 veículos diariamente e de reabastecer em cada loja aproximadamente três vezes por semana, os shoppings centers da Grande Região Metropolitana de São Paulo enfrentam desafios logísticos. A fragmentação dos prazos de coleta, especialmente a restrição ao uso de carrinhos, emerge como os principais obstáculos. Este é um componente essencial da operação que, em muitos casos, só é permitido durante a manhã até às 11 horas.

A movimentação, como o tipo de carrinho utilizado, mais comuns são os de 2 e 4 rodas, com horário exclusivo para transitar com eles dentro do shopping. As sacolas são mais flexíveis quando falamos de horário, podendo movimentar mercadoria através delas em todo o período do dia. Mas, o indicado são as sacolas de cor escuras, preferencialmente preta. A movimentação de caixas nas mãos também tem uma flexibilidade maior durante o dia, mas deve-se respeitar o limite de altura máxima até o queixo, não tampando a visão de quem as esteja carregando, evitando assim acidentes.

A utilização de carrinhos é um avanço importante na eficiência da movimentação de mercadorias. Recomenda-se priorizar o uso dos carrinhos providenciados pelo estabelecimento, garantindo o cuidado com o piso e paredes. Nos casos em que os carrinhos não sejam fornecidos, é aconselhável trazer o seu próprio equipamento (2 ou 4 rodas).

A grande parte dos shoppings, cerca de 91% deles, tem vagas exclusivas de descarga, que ficam próximas às docas de recebimento. Mas em outros, é dividido o espaço com o estacionamento de clientes. Alguns shoppings cobram o valor de estacionamente e/ou possuem uma tolerância de permanência no local.

O corredor técnico é utilizado para fazer a movimentação da mercadoria onde o fluxo de pessoas é reduzido. Geralmente ele fica em um local estratégico de fácil acesso entre a doca e as lojas ou praça de alimentação. Nesse caso analisamos de forma positiva que 82% dos shoppings pesquisados possuem corredor técnico, sendo que apenas 18% não tem essa opção na movimentação de cargas.

Planejar e agendar as operações de transporte de mercadorias é crucial para evitar contratempos e garantir a segurança de todos os envolvidos, na grande maioria das vezes o agendamento é feito pelo próprio lojista por meio de portais que o shopping disponibiliza, o transportador devera se atentar a todas as informações como; horários, docas, tipo de veículos aceito e regras do shopping. O agendamento facilita e otimiza as entregas em toda a cadeia, é bom para o transportador que não fica muito tempo aguardando, visto que o horário agendado é exclusivo para sua entrega e para o shopping que consegue monitorar e acompanhar as entregas.