Economia
Dívida sobe

Setor público teve superávit de R$ 1,177 bilhão, melhor desempenho para março desde 2022

O resultado de março foi o melhor desempenho das contas consolidadas do País para o mês desde 2022, na série histórica do BC, que foi iniciada em 2001.

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07 de maio de 2024
Vinicius Palermo
Setor público teve superávit de R$ 1,177 bilhão, melhor desempenho para março desde 2022
O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou superávit primário de R$ 1,177 bilhão em março, após resultado negativo de R$ 48,692 bilhões de fevereiro, informou o Banco Central.

O resultado de março foi o melhor desempenho das contas consolidadas do País para o mês desde 2022, na série histórica do BC, que foi iniciada em 2001. Em março de 2023, houve déficit primário de R$ 14,182 bilhões.

O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública. O número de março veio acima da mediana deficitária das expectativas, de R$ 1,70 bilhão.  O intervalo das projeções ia de déficit de R$ 11,30 bilhões a superávit de R$ 3,90 bilhões.

No terceiro mês do ano, o resultado fiscal foi composto por um déficit de R$ 1,898 bilhão do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 3,418 bilhões. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 5,354 bilhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 1,936 bilhão. As empresas estatais registraram déficit de R$ 343 milhões no mês.

De acordo com o BC, as contas do setor público consolidado acumularam um superávit primário de R$ 54,63 bilhões no primeiro trimestre de 2024, o equivalente a 1,98% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023, o resultado foi deficitário em R$ 249,124 bilhões.

O superávit fiscal no ano até março ocorreu na esteira do saldo positivo de R$ 21,564 bilhões do Governo Central (0,78% do PIB). Os governos regionais apresentaram um superávit de R$ 34,578 bilhões (1,26% do PIB) no período.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 32,576 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 2,002 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 1,511 bilhão.

O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 252,869 bilhões em 12 meses finalizados em março, informou o Banco Central. Em porcentual do PIB, o déficit é equivalente a 2,29%. Até fevereiro, o déficit acumulado era de R$ 268,229 bilhões (2,44% do PIB).

O resultado fiscal negativo em 12 meses até março é composto por um déficit de R$ 273,424 bilhões do Governo Central (2,48% do PIB). Já os governos regionais apresentaram um saldo positivo de R$ 23,263 bilhões (0,21% do PIB) no período.

Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 37,337 bilhões, os municípios apresentaram um rombo de R$ 14,074 bilhões em 12 meses. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 2,709 bilhões no período.

A dívida pública brasileira subiu em março. Dados divulgados na segunda-feira, 6, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral ficou em R$ 8,347 trilhões no terceiro mês de 2024, o que representa 75,7% do Produto Interno Bruto (PIB) – contra 75,5% de fevereiro e de 74,4% de dezembro do ano passado.

O pico da série da dívida bruta foi alcançado em dezembro de 2020 (87,6%), em virtude das medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19. No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), por sua vez, subiu no terceiro mês de 2024 para 61,1 % do PIB, ante 60,9% em fevereiro A DLSP atingiu R$ 6,741 trilhões. A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil.

O setor público consolidado teve um resultado negativo de R$ 64,158 bilhões com juros em março, após esta rubrica ter encerrado fevereiro com um gasto de R$ 65,166 bilhões.

Conforme o BC, o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no terceiro mês de 2024 despesas na conta de juros de R$ 55,230 bilhões. Os governos regionais registraram gastos de R$ 8,473 bilhões e as empresas estatais, despesas de R$ 455 milhões.

No ano até março, a despesa acumulada do setor público com juros foi de R$ 209,239 bilhões, ou 7,60% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses, o resultado negativo é de R$ 745,743 bilhões, o que representa 6,76% do PIB no período.