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Friendshoring

Secretária diz que Brasil está cada vez mais atrativo para os EUA

A Secretária do Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo afirmou que vários fatores contribuem para este cenário

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15 de dezembro de 2023
Vinicius Palermo
Secretária diz que Brasil está cada vez mais atrativo para os EUA
A secretária do Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo

A Secretária do Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, disse na sexta-feira, 15, que uma série de fatores têm tornado o Brasil “ainda mais atrativo” para os EUA no que vem sendo chamando de ‘friendshoring’, em que o país norte-americano tenta estabelecer parcerias estratégicas com aliados para tornar sua cadeia de suprimentos mais resiliente.

A declaração foi dada durante o Fórum de CEOs Brasil e EUA, que contou também com a participação do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do secretário especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Maurício Muniz.

Raimondo citou os esforços brasileiros para ter uma economia estável, inflação controlada, uma “democracia forte”, responsabilidade fiscal, além do avanço obtido com a iminente aprovação da reforma tributária, assim como a atratividade do País na área de exploração de minerais críticos.

“Tudo isso torna o Brasil ainda mais atrativo para os EUA, como um espaço para os EUA pensarem no ‘friendshoring’, enquanto focamos em fazer nossa cadeia de suprimentos mais forte e resiliente”, disse a secretária de Comércio dos EUA, destacando o foco do país no setor de semicondutores. “EUA já são o maior investimento no Brasil e isso pode crescer muito, assim como parceria comercial”, disse Alckmin.

A avaliação foi reforçada por Raimondo, segundo quem a melhor forma dos dois países fortalecerem suas relações é “fazendo comércio”. “É o que queremos fazer”, afirmou a secretária, emendando ainda que os EUA irão “fazer de tudo” para que o Brasil seja bem sucedido na tarefa de sediar e presidir o G20, assim como a COP30 em 2025.

Para reforçar que o governo olha formas de tornar o Brasil mais atrativo para receber investimentos privados, Muniz, da Casa Civil, ressaltou em sua fala que o novo PAC não é apenas um programa focado em investimento em obras, mas tem um pilar importante de medidas institucionais e regulatórias.

Ele destacou ações para modernizar o marco regulatório de PPPs e concessões, iniciativas regulatórias na questão ambiental, além da ampliação das condições de crédito. “O PAC não é só conjunto de empreendimentos e oportunidades de investimentos. Ele sabe que para alcançar objetivos é preciso também medidas regulatórias”, disse Muniz.

A Secretária do Comércio dos Estados Unidos disse também que a relação comercial entre os dois países entrará em uma nova era. Raimondo destacou que os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, compartilham dos mesmos valores em relação às mudanças climáticas, democracia e direito dos trabalhadores e disse que ainda há muito mais a ser feito.

“Temos investimentos grandes aqui, mas podemos entrar em uma nova era”, disse durante evento que está sendo realizado no Palácio do Itamaraty. Segundo ela, é tempo de aprofundar o comércio investindo nos potenciais de cada um dos países de modo que haja uma confluência. Ela pontuou que enquanto o Brasil é forte em agricultura e minerais, os Estados Unidos estão aumentando seus investimentos em supply chain e semicondutores.

Alckmin destacou que os EUA são o maior parceiro econômico do Brasil no que se refere a bens, serviços e investimentos, com estoque de mais de US$ 200 bilhões e afirmou que o país é protagonista nos principais temas em discussão no âmbito internacional.

“O Brasil é protagonista em segurança alimentar, segurança energética e clima”, disse ele. “O presidente Lula tem compromisso com a descarbonização, começando pelo desmatamento na Amazônia. O objetivo do Brasil é o desmatamento ilegal zero e a recomposição de áreas do bioma com Fundo do Clima”, enumerou.

Estavam presentes no fórum representantes de grandes empresas na relação EUA-Brasil, como Embraer, Petrobras, Minerva, Stefanini, Gerdau, Natura, Raízen, Suzano, Weg, Movile, Stone e Citrosuco.