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Schnabel diz que dados da inflação tornam alta de juros mais improvável

A declaração foi dada durante entrevista à Reuters realizada no dia 1º de dezembro e divulgada na madrugada de terça-feira, 5, pelo BCE.

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05 de dezembro de 2023
Vinicius Palermo
Schnabel diz que dados da inflação tornam alta de juros mais improvável

Integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel afirmou que o dado mais recente de inflação na zona do euro “tornou uma alta de juros mais improvável”. A declaração foi dada durante entrevista à Reuters realizada no dia 1º de dezembro e divulgada na madrugada de terça-feira, 5, pelo BCE.

Em linha com declarações recentes dos dirigentes, Schnabel não descartou que possa haver mais aperto, a depender dos próximos indicadores, mas qualificou o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) preliminar de novembro da região como “uma surpresa muito agradável, inclusive no núcleo”.
A autoridade disse que deseja ver mais avanços, sobretudo no núcleo da inflação.

Na entrevista, ela destacou que o núcleo da inflação recua mais rápido do que o esperado anteriormente. “Em resumo, os acontecimentos em relação à inflação têm sido encorajadores”, comentou. Ao mesmo tempo, lembrou que os dirigentes ainda esperam algum ganho de fôlego nos próximos meses. “Haverá a reversão de algumas medidas fiscais e efeitos de base de comparação, e não podemos excluir que ocorra um novo salto em energia ou alimentos.”

Schnabel afirmou que um período de crescimento abaixo do potencial é necessário para levar a inflação à meta de 2%. Os dados recentes dão mais confiança de que a meta será atingida até 2025.

Ela previu que o crescimento da zona do euro ganhe fôlego gradualmente no próximo ano, com alta na renda real que apoiará a confiança e o consumo. Deve haver “algum enfraquecimento” no mercado de trabalho, mas “sem uma deterioração significativa nem uma recessão profunda”, disse Schnabel.

O BCE afirma que a mediana das expectativas dos consumidores na zona do euro para a inflação nos próximos 12 meses continuou em 4,0% em outubro. No horizonte dos próximos três anos, a mediana seguiu em 2,5%, como visto em setembro.

O BCE aponta que as expectativas para o crescimento nominal da renda nos próximos 12 meses e as expectativas para o crescimento nominal dos gastos tiveram queda modesta, no mesmo levantamento.

Já a previsão para o crescimento nos próximos 12 meses “tornou-se marginalmente mais negativa”, enquanto a taxa de desemprego esperada nos próximos 12 meses ficou estável.

A projeção para o crescimento no preço das residências ao longo dos próximos 12 meses caiu, enquanto as expectativas para os juros hipotecários nos próximos 12 meses se mantiveram. A taxa mediana da inflação percebida nos últimos 12 meses caiu, de 8,0% em setembro a 7,8% em outubro, mostra a pesquisa.

Os consumidores na zona do euro esperavam ainda que sua renda nominal crescesse 1,1% nos 12 meses seguintes, quando em setembro projetavam avanço de 1,2%. Preveem ainda contração de 1,3% nos próximos 12 meses, quando em setembro apontavam para baixa de 1,2% no PIB da região.

A expectativa para a taxa de desemprego 12 meses adiante se manteve em 11,4%, enquanto a taxa de desemprego percebida recuou de 11,1% em setembro a 10,9% em outubro.