Economia
Cana-de-açúcar

São Martinho tem lucro líquido de R$ 429,7 milhões

O Ebitda ajustado da companhia sucroenergética São Martinho recuou 13,2% na mesma base de comparação, para R$ 774,9 milhões.

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14 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
São Martinho tem lucro líquido de R$ 429,7 milhões
Segundo a São Martinho, ao final de 2022, as fixações de preço de açúcar para a safra 2022/23 totalizavam cerca de 349 mil toneladas. Crédito: Divulgação

O Grupo São Martinho reportou lucro líquido de R$ 429,7 milhões no terceiro trimestre do ano-safra 2022/23, o que representa uma queda de 38,3% ante o apurado em igual etapa do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia sucroenergética recuou 13,2% na mesma base de comparação, para R$ 774,9 milhões.

A receita líquida do Grupo São Martinho alcançou R$ 1,534 bilhão no terceiro trimestre da safra, alta anual de 0,2%, resultado de menores preço de comercialização de etanol (-13,5% sobre o terceiro trimestre de 2022) e maiores preços de açúcar (+13,2%).

O Índice de Alavancagem da companhia em 31 de dezembro era equivalente a 1,24 vez a Dívida Líquida/Ebitda Ajustado, ante 1,27 vez no segundo trimestre de 2023.

Segundo a empresa, ao final de 2022, as fixações de preço de açúcar para a safra 2022/23 totalizavam cerca de 349 mil toneladas, a um preço de aproximadamente R$ 2.509/ton. Para a safra 2023/24, as fixações totalizavam perto de 533 mil toneladas de açúcar a um preço de cerca de R$ 2.316/ton.

O resultado financeiro do terceiro trimestre totalizou uma despesa de R$ 273,38 milhões, apresentando um aumento de 105,8% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Segundo a empresa, a variação do resultado reflete, principalmente, do aumento das despesas ao longo da safra, resultado da marcação a mercado dos derivativos (sem efeito caixa) que transformam (SWAP) a parcela da dívida em dólar e pré-fixada em indexação ao CDI.

A alavancagem da companhia equivale a 1,24 x dívida /EBITDA ajustada ao final de 2023. Em 31 de dezembro de 2022, as fixações de preço de açúcar para a safra 22/23 totalizavam 349 mil toneladas de açúcar, a um preço de R$ 2.509/ton. Para a safra 23/24, as fixações totalizavam 533 mil toneladas de açúcar a um preço de R$ 2.316/ton.

Do ponto de vista operacional, companhia informa que, ao final do período de moagem da safra 22/23, foram processadas, aproximadamente, 20,0 milhões de toneladas de cana-de açúcar, em linha com o volume processado na safra anterior.

Ao longo da safra atual, a companhia produziu cerca de 1,2 milhão de toneladas de açúcar – queda de 7,4% sobre safra 21/22 – além de 989,9 mil m³ de etanol (-1,6%), e 732,7mil MWh de energia exportada (-3,6%). O mix de produção açúcar/etanol foi de 45% – 55%, contra 47% – 53% do mesmo período na safra passada.

O ATR produzido nos primeiros nove meses da safra recuou 4% em relação à temporada anterior, considerando a redução de 4,5% no nível de ATR médio (140,0 kg/ton).

A performance decorre dos efeitos das condições climáticas ocorridas ao longo da safra 21/22 – período de seca prolongado e geadas (que ocorreram em julho/21 em parte dos canaviais).

A São Martinho também ressalta que, conforme comunicado ao mercado anteriormente divulgado, houve postergação do início da moagem nas unidades Usina São Martinho e Usina Santa Cruz (iniciado
na 2ª quinzena do mês de abril/22), parcialmente compensado pelo encerramento tardio do período de moagem (divulgado via fato relevante em dezembro/22).

A São Martinho é considerada um dos maiores grupos sucroenergéticos do Brasil, com capacidade aproximada de moagem de 24,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, com índice máximo de mecanização de colheita de 100%, sendo referência no setor na gestão agrícola e industrial.

A companhia possui uma diferenciada plataforma logística para escoamento de produtos, alta capacidade de armazenagem e a proximidade de importantes rodovias e ferrovias, além de possuir um ramal ferroviário próprio. Com capital aberto desde 2007, negocia suas ações no Novo Mercado da B3, segmento mais elevado de governança corporativa, sob o ticker SMTO3.