Edgar Crespo
Edgar Crespo
Tecnologia

Repatriação digital: por que empresas estão deixando a cloud em 2024

Em pleno ano de 2024, um movimento surpreendente está ganhando força: várias empresas estão abandonando a nuvem

Compartilhe:
29 de junho de 2024
Vinicius Palermo
Repatriação digital: por que empresas estão deixando a cloud em 2024
Empresas estão deixando para trás serviços de cloud em um movimento de repatriação digital

Nos últimos anos, a computação em nuvem se consolidou como a solução preferida para muitas empresas que buscavam escalabilidade, flexibilidade e, sobretudo, redução de custos. No entanto, em pleno 2024, um movimento surpreendente está ganhando força: várias empresas estão abandonando a nuvem e retornando para infraestruturas on-premises. O que está motivando essa mudança? A nuvem não está cumprindo o que promete, ou é uma questão de adequação às necessidades das organizações. Essa semana vamos explorar um pouco o universo dos serviços de nuvem e tentar entender melhor essa tendência de volta para casa.

A Promessa da Nuvem e a Realidade dos Custos

Inicialmente, a nuvem prometia ser uma solução econômica, oferecendo um modelo de pagamento conforme o uso que parecia ideal para empresas de todos os tamanhos. No entanto, muitas empresas descobriram que, na prática, os custos podem escalar rapidamente. Segundo uma pesquisa publicada na InfoWorld, um dos principais motivos para a repatriação de dados da nuvem é o custo elevado. Empresas têm percebido que, especialmente para cargas de trabalho não modernas, a nuvem pode se tornar significativamente mais cara do que o esperado.

Para muitas empresas, a nuvem parecia ser a solução perfeita para reduzir despesas operacionais. A promessa de pagar apenas pelo que se usa era atraente, mas muitas vezes, as organizações não previam os custos adicionais associados, como tráfego de rede, armazenamento e serviços gerenciados. Esses custos podem somar rapidamente, especialmente em casos de cargas de trabalho que não foram otimizadas para a nuvem. O resultado? Faturas inesperadamente altas e uma busca por alternativas mais econômicas.

Segurança e Expectativas Não Atendidas

Além dos custos, problemas de segurança e expectativas não atendidas também têm levado empresas a reconsiderar suas estratégias de nuvem. A segurança continua sendo uma preocupação primordial para muitas organizações, especialmente aquelas em setores altamente regulados como financeiro e saúde. Conforme mencionado na pesquisa, 33% das empresas têm realocado cargas de trabalho para data centers corporativos ou provedores de colocation devido a questões de segurança e expectativas não atendidas.

Em muitos casos, a promessa de uma segurança robusta na nuvem não se alinha com a realidade enfrentada pelas empresas. Vulnerabilidades, ataques cibernéticos e a complexidade de gerenciar a segurança em ambientes de nuvem híbrida podem levar a falhas que as empresas não estão dispostas a arriscar. A necessidade de controle total sobre dados sensíveis faz com que muitas empresas prefiram manter suas operações dentro de suas próprias instalações, onde podem implementar e monitorar suas próprias políticas de segurança.

Exemplo Real: O Caso do Reino Unido

Um estudo no Reino Unido revelou que 25% das organizações já transferiram metade ou mais de suas cargas de trabalho de volta para infraestruturas locais. Esse fenômeno, conhecido como repatriação de dados, ilustra que a nuvem, apesar de suas vantagens, não é uma solução definitiva para todos os problemas de TI. A repatriação é vista por muitos como um retorno a um modelo mais previsível e controlável de gerenciamento de TI.

No Reino Unido, essa tendência é particularmente evidente entre grandes empresas que possuem a capacidade de manter e gerenciar seus próprios data centers. Essas empresas frequentemente mencionam a necessidade de conformidade com regulamentos locais e internacionais como uma razão para trazer seus dados de volta para casa. A soberania dos dados e a capacidade de controlar diretamente a segurança e o desempenho são fatores decisivos nessa mudança.

Alternativas e Soluções Híbridas

Muitas empresas estão optando por soluções híbridas, combinando infraestrutura on-premises com serviços em nuvem. Essa abordagem oferece o melhor dos dois mundos: controle sobre dados sensíveis e a flexibilidade da nuvem para outras operações. Por exemplo, aqui no nosso canal, utilizamos VPS da Hostinger para algumas aplicações, aproveitando a latência reduzida e melhor performance para certos tipos de carga de trabalho.

As soluções híbridas permitem que as empresas mantenham o controle sobre seus dados mais críticos enquanto aproveitam a escalabilidade e a flexibilidade da nuvem para outras operações menos sensíveis. Essa abordagem também facilita a gestão de custos, permitindo que as empresas alavanquem a nuvem para picos de demanda sem incorrer em despesas permanentes.

O Futuro da Computação em Nuvem

Não estamos aqui para desmerecer a computação em nuvem. Ela continua sendo uma solução poderosa para muitas necessidades empresariais. No entanto, é crucial que as empresas façam uma análise cuidadosa antes de migrar para a nuvem, considerando fatores como custos, segurança, e a natureza específica de suas cargas de trabalho. A nuvem não é uma bala de prata e pode não ser a melhor solução para todas as situações.

O futuro da computação em nuvem provavelmente será caracterizado por um equilíbrio entre nuvens públicas, privadas e híbridas. As empresas estão aprendendo a utilizar a nuvem de maneira mais estratégica, migrando apenas as partes de suas operações que realmente se beneficiam da escalabilidade e flexibilidade oferecidas pela nuvem. Enquanto isso, cargas de trabalho críticas e sensíveis podem permanecer on-premises, onde as empresas podem exercer controle total.

Reflexões Finais e Cases de Sucesso

É importante lembrar que a decisão de migrar ou repatriar dados da nuvem deve ser baseada em uma análise criteriosa das necessidades e capacidades da empresa. O movimento atual de retorno à infraestrutura on-premises destaca a importância de se considerar todos os fatores envolvidos na escolha de uma solução de hospedagem. A nuvem oferece muitas vantagens, mas também apresenta desafios que precisam ser cuidadosamente gerenciados.

Um exemplo interessante é o do banco Itaú, que há anos realiza uma migração gradual para a nuvem. Com uma demanda enorme de dados e transações, o banco encontrou no modelo híbrido uma solução eficiente para equilibrar a necessidade de controle sobre dados sensíveis e a flexibilidade para escalar serviços conforme necessário. Esse caso ilustra bem a complexidade e os benefícios de uma abordagem híbrida.

A decisão de migrar ou repatriar dados da nuvem deve ser baseada em uma análise criteriosa das necessidades e capacidades da empresa. O movimento atual de retorno à infraestrutura on-premises destaca a importância de se considerar todos os fatores envolvidos na escolha de uma solução de hospedagem. A nuvem oferece muitas vantagens, mas também apresenta desafios que precisam ser cuidadosamente gerenciados.

A tendência é que cada vez mais empresas adotem um modelo híbrido, aproveitando o melhor dos dois mundos. A discussão sobre nuvem versus on-premises está longe de ser encerrada e continuará evoluindo conforme as tecnologias e necessidades empresariais se desenvolvem. Convidamos você, leitor, a compartilhar suas experiências e opiniões sobre essa tendência nos comentários. A troca de ideias e a discussão são essenciais para entender melhor esse cenário em constante mudança.