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Renault amplia receita para 10,7 bilhões de euros no 3º trimestre

Considerando-se taxas de câmbio constantes, a receita do grupo Renault aumentou 5%, enquanto a receita apenas do setor automotivo cresceu 2,6%.

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24 de outubro de 2024
Vinicius Palermo
Renault amplia receita para 10,7 bilhões de euros no 3º trimestre
Para 2024, a empresa confirmou previsão de atingir margem operacional de ao menos 7,5% e fluxo de caixa livre de pelo menos 2,5 bilhões de euros.

A Renault obteve receita de 10,7 bilhões de euros no terceiro trimestre de 2024, 1,8% maior do que a de igual período do ano passado, segundo balanço divulgado pela montadora francesa nesta quinta-feira, 24. O resultado veio praticamente em linha com o consenso de analistas consultados pela Visible Alpha, de 10,75 bilhões de euros.

Considerando-se taxas de câmbio constantes, a receita do grupo Renault aumentou 5%, enquanto a receita apenas do setor automotivo cresceu 2,6%. Entre julho e setembro, a Renault vendeu 482.468 veículos, 5,6% menos do que no mesmo intervalo de 2023.

Para 2024, a empresa confirmou previsão de atingir margem operacional de ao menos 7,5% e fluxo de caixa livre de pelo menos 2,5 bilhões de euros.

O CFO do Renault Group, Thierry Piéton, disse que no 3º trimestre, o faturamento começou a se beneficiar de uma ofensiva de produtos jamais vista, com dez lançamentos de novos veículos neste ano, o que representa 18% do faturamento do trimestre.

Segundo ele, esta tendência deve continuar nos próximos trimestres, em linha com o lançamento progressivo de veículos em seus respectivos mercados, principalmente com a chegada de sete novos modelos prevista para 2025.

“Esta gama atraente e competitiva conta tanto com veículos elétricos como híbridos e a combustão, demonstrando que somos capazes de nos adaptar independentemente do ritmo de transição para os veículos elétricos. Nossa gama continua sendo um elemento-chave da performance do Grupo, assim como a redução de custos. Em um ambiente desafiador, estamos acelerando uma transformação profunda, com o apoio de nossas equipes totalmente engajadas para melhorar nossa agilidade e construir nosso próximo capítulo”

O faturamento do Grupo atingiu 10.701 milhões de euros, uma alta de 1,8% em comparação com o 3º trimestre de 2023. Com taxas de câmbio constantes, houve um avanço de 5,0%.

 O faturamento da Divisão Automotiva ficou em 9.347 milhões de euros, uma queda de -0,5% em comparação com o 3º trimestre de 2023, incluindo -3,1 pontos de efeito de câmbio negativo (289 milhões de euros), principalmente devido à desvalorização do Peso Argentino, do Real Brasileiro e, em menor medida, da Lira Turca.

Esta evolução se explica principalmente pelo efeito estável dos preços (+ 0,2 ponto) conforme previsto, que reflete a entrada em uma fase de estabilização dos preços. O Renault Group quer compensar os efeitos negativos das taxas de câmbio por meio de ações nos preços, ao mesmo tempo em que repassa parte da redução dos custos aos seus clientes, principalmente entregando conteúdo. Esta estratégia reforça a competitividade dos veículos do Grupo ao mesmo tempo em que protege as margens.

A empresa contou também com mix de produtos, que refletiu os primeiros benefícios da aceleração dos novos modelos do Grupo para as marcas Renault (Scenic E-Tech elétrico, Symbioz e Rafale) e Dacia (Duster). Esta melhoria progressiva em comparação com os trimestres anteriores deve continuar, em linha com o ritmo dos lançamentos do Grupo.

A companhia teve, no entanto, um mix geográfico negativo de -1,2 ponto, que se explica pela aceleração do Kardian no Brasil e pelos emplacamentos mais fracos na França e na Alemanha durante o trimestre.

Os Serviços de Mobilidade contribuíram com 14 milhões de euros para o faturamento do 3º trimestre de 2024, contra 11 milhões de euros no 3º trimestre de 2023. 

A Mobilize Financial Services realizou um faturamento de 1.340 milhões de euros no 3º trimestre de 2024, uma alta de 21,6% em comparação com o 3º trimestre de 2023, em razão da alta das taxas de juros e do aumento de 8,5% da média dos ativos geradores de receita (56,5 bilhões de euros) em comparação com o 3º trimestre de 2023.

O nível dos estoques totais no fechamento de setembro estava de acordo com a evolução sazonal normal e a aceleração dos lançamentos dos novos produtos do Grupo. Além disso, ele estava alinhado a uma carteira de pedidos robusta de aproximadamente 2 meses de vendas previstas no fechamento de setembro.

Nos nove primeiros meses de 2024, as vendas do Grupo ficaram estáveis em comparação com o mesmo período em 2023, com 1.637.225 veículos vendidos (-0,4%). Na Europa, o Grupo emplacou 1.175.762 veículos (+3,1%), apresentando uma evolução maior que o mercado (+1,8%). Todas as marcas do Grupo contribuíram para este crescimento (Renault +3,5%, Dacia +2,2% e Alpine +17,5%), com performance superior à do mercado.

No 3º trimestre de 2024, as vendas mundiais do Grupo chegaram a 482.468 veículos (-5,6%). Na Europa, o Grupo resiste melhor que a tendência de queda do mercado (-6,1%) com o emplacamento de 328.111 veículos (- 5,3%), recuperando participações de mercado e confirmando seu 3º lugar no ranking, com 9,8% do mercado automotivo. As vendas estão avançando, com uma performance superior aos mercados, principalmente na Itália (+16,6%), Espanha (+11,9%) e Reino Unido (+11,4%), permitindo compensar parcialmente uma atividade mais fraca na França e Alemanha. Fora da Europa, o Grupo emplacou 150.217 veículos (-5,8%).

 A marca Renault segue em crescimento nos principais mercados, com 1.126.560 veículos vendidos no mundo nos nove primeiros meses de 2024.  Na Europa, a marca ficou em 3º lugar no ranking com 740.314 veículos vendidos, uma alta de 3,5%, o que representa uma participação de mercado de 6,6%.

As vendas da Renault avançaram principalmente na Itália (+16,2%), Espanha (+10,6%), Reino Unido (+24,3%) e na França (+1,1%), onde a Renault confirma sua liderança no mercado. O Renault Clio, cujas vendas na Europa avançaram 5,6%, subiu 3 posições para se tornar o 2º veículo mais vendido, considerando todos os canais de distribuição. A marca confirma sua posição de líder do mercado europeu de veículos comerciais leves – com exceção de picapes – com vendas em alta de 9,9%.