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Poderio militar

Putin voa em bombardeio estratégico em aparente recado ao Ocidente

O voo de 30 minutos começou na pista da Fábrica Aeronáutica de Kazan, capital da república russa do Tartaristão

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23 de fevereiro de 2024
Vinicius Palermo
Putin voa em bombardeio estratégico em aparente recado ao Ocidente
O presidente da Rússia, Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, embarcou, como copiloto em um bombardeiro estratégico com capacidade de transportar armas nucleares. O voo de 30 minutos começou na pista da Fábrica Aeronáutica de Kazan, capital da república russa do Tartaristão, e foi em uma direção desconhecida por ser “segredo de Estado”, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Putin, de 71 anos, entrou no bombardeio Tu-160M por uma escada especial vestindo um uniforme de piloto. No dia anterior, o presidente russo, que está em campanha eleitoral, visitou a fábrica de aeronaves na cidade de Kazan, no rio Volga, que constrói bombardeiros pesados desde os tempos soviéticos.

A fábrica recebeu ordens estatais para produzir uma versão modernizada do bombardeiro Tu-160, que voou pela primeira vez na década de 1980 e recebeu o codinome Blackjack da Otan. A aeronave em que Putin voou foi um dos primeiros bombardeiros renovados construídos, equipado com novos motores.
Os bombardeiros supersônicos Tu-160M são conhecidos na Rússia como Cisne Branco.

Em 2000, Putin assumiu o assento de copiloto em outro tipo de avião de guerra, um caça Su-27, para voar para a Chechênia durante os combates separatistas lá, e em 2005 ele copilotou um Tu-160 durante exercícios militares.

O voo de 30 minutos de Putin no bombardeiro estratégico Tu-160M pode ter a intenção de enviar um lembrete do poderio nuclear da Rússia em meio às crescentes tensões com o Ocidente devido à guerra na Ucrânia.

Falando aos repórteres após o voo, Putin elogiou a nova aeronave, classificando-a como “excelente”, observando que ela apresenta grandes melhorias em comparação com a versão inicial.

Na sexta-feira, os Estados Unidos e a União Europeia (UE) afirmaram que preparam novas sanções contra a Rússia, na véspera do aniversário de dois anos da invasão na Ucrânia e em retaliação pela morte na semana passada de um crítico do Kremlin, Alexei Navalny, que estava sob custódia em uma colônia penal russa no Ártico.

O Tesouro americano planeja impor mais de 500 novas sanções contra a Rússia e sua máquina de guerra, no maior conjunto único de punições desde a invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. Elas ocorrem após uma série de novas prisões e acusações anunciadas pelo Departamento de Justiça, na quinta-feira, 22, contra empresários russos, entre eles o chefe do segundo maior banco da Rússia, em cinco casos federais separados.

Já a União Europeia anunciou na sexta-feira que imporá sanções contra várias companhias estrangeiras, com a alegação de que elas exportavam bens com uso duplo, que poderiam ser utilizados na guerra contra a Ucrânia. O bloco também tem como alvo funcionários russos, entre eles membros do Judiciário, políticos locais e responsáveis pela deportação ilegal e reeducação militar de crianças ucranianas.