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Déficit comercial

Produção industrial da zona do euro caiu 1,1% em dezembro

O resultado da zona do euro ficou abaixo da expectativa de analistas que previam queda de 0,6% na produção de dezembro.

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15 de fevereiro de 2023
Vinicius Palermo
Produção industrial da zona do euro caiu 1,1% em dezembro
A zona do euro apresentou déficit em sua balança comercial de 18,1 bilhões de euros em dezembro de 2022.

A produção industrial da zona do euro caiu 1,1% em dezembro ante novembro de 2022, segundo dados com ajustes sazonais publicados na quarta-feira, 15, pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda de 0,6% na produção de dezembro.

Na comparação anual, a produção industrial do bloco sofreu contração de 1,7% em dezembro, maior do que o declínio de 0,7% previsto no consenso do WSJ. A Eurostat também revisou os dados da produção industrial de novembro, para alta mensal de 1,4% e ganho anual de 2,8%. Em 2022 como um todo, a produção industrial da zona do euro teve expansão média de 0,9% ante o ano anterior.

A zona do euro apresentou déficit em sua balança comercial de 18,1 bilhões de euros em dezembro de 2022. Em novembro, a balança havia mostrado saldo negativo menor, de 14,4 bilhões de euros.

Na comparação mensal, as exportações do bloco caíram 4,6% em dezembro, enquanto as importações recuaram 2,9%, também considerando-se ajustes sazonais. No resultado sem ajustes, a zona do euro teve déficit comercial de 8,8 bilhões de euros em dezembro, igual do mesmo mês de 2021, informou a Eurostat.

Em todo o ano de 2022, a zona do euro acumulou déficit comercial recorde de 314,7 bilhões de euros, revertendo um superávit de 116,4 bilhões de euros registrado em 2021, à medida que as importações avançaram 37,5% e as exportações subiram 18%.

A inflação ao consumidor (CPI) do Reino Unido desacelerou pelo terceiro mês consecutivo em janeiro, depois de ter renovado máxima em 41 anos em outubro do ano passado. Dados do ONS, como é conhecido o órgão de estatísticas do país, mostram que a taxa anual do CPI britânico ficou em 10,1% em janeiro, perdendo força em relação ao nível de 10,5% de dezembro. Em outubro, o CPI anual havia atingido 11,1%, patamar mais alto desde outubro de 1981.

O resultado de janeiro ficou abaixo da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam taxa de 10,3%. Na comparação mensal, o CPI do Reino Unido caiu 0,6% em janeiro. Neste caso, a projeção no levantamento do WSJ era de queda de 0,3%. O núcleo do CPI britânico, que desconsidera preços de energia e alimentos, recuou 0,9% em janeiro ante dezembro. Já no confronto anual, o núcleo do CPI teve alta de 5,8% no último mês.

Os mercados acionários da Europa fecharam na quarta-feira, 15, em alta, após a desaceleração da inflação no Reino Unido ampliar as perspectivas para o fim do ciclo de aperto monetário do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). O cenário ajudou o principal índice da Bolsa de Londres a atingir a marca de 8 mil pontos pela primeira vez.

Em Londres, o FTSE 100, subiu 0,55% a 7.997,83 pontos, enquanto o índice DAX, em Frankfurt, seguiu o movimento e fechou em alta de 0,82%, a 15.506,34 pontos. O CAC 40, em Paris, avançou 1,21%, a 7.300,86 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, fechou em alta de 0,13%, a 27.533,69 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 subiu 0,38%, a 9.298,00 pontos. Por fim, na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 avançou 1,18%, a 5.955,45 pontos. As cotações são preliminares.

Na capital britânica, investidores interpretaram a desaceleração do índice de preços ao consumidor (CPI) do Reino Unido em janeiro como um sinal de que o fim do aperto monetário do BoE está mais perto.

Segundo a Capital Economics, depois do dado, as chances de um aumento de 50 pontos-base (pb) nos juros diminuíram. Já a TD Securities afirma que o dado indica que a próxima alta deverá ser 25 pb.
Na visão da CMC Markets, a desaceleração da inflação e a perspectiva do fim das altas de juros foram responsáveis por elevar o FTSE 100 à marca de 8 mil pontos pela primeira vez.

Entretanto, de acordo com análise, a performance não foi melhor devido a balanços de empresas como a Barclays, que registrou lucro menor que o esperado pelo mercado e despencou mais de 7% na Bolsa de Londres.

Outros balanços influenciaram os resultados. Em Amsterdã, a Heineken teve alta de mais de 2,5%, após seu lucro ter superado expectativas em 2022. Na contramão, a mineradora Glencore registrou lucro abaixo do esperado no ano passado e caiu mais de 1,5% na capital britânica.