Economia
Bens intermediários

Produção industrial caiu 0,90% em maio

No acumulado em 12 meses, houve alta de 1,30%, ante avanço de 1,50% até abril. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou baixa de 0,229% em maio

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04 de julho de 2024
Vinicius Palermo
Produção industrial caiu 0,90% em maio
Em maio de 2024, a indústria brasileira operava 17,8% aquém do pico alcançado em maio de 2011.

A produção industrial caiu 0,90% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou na manhã de quarta-feira, 3, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a maio de 2023, a produção caiu 1,00%. No acumulado do ano, a indústria teve alta de 2,50%.

No acumulado em 12 meses, houve alta de 1,30%, ante avanço de 1,50% até abril. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou baixa de 0,229% em maio, de acordo com o IBGE.

A Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) registrou redução em 16 dos 25 ramos industriais analisados em maio ante abril, conforme dados divulgados pelo IBGE. Em comparação a maio de 2023, houve redução de 14 dos 25 ramos.

Em maio de 2024, a indústria brasileira operava 17,8% aquém do pico alcançado em maio de 2011. Na categoria de bens de capital, a produção está 29,7% abaixo do pico registrado em abril de 2013, enquanto os bens de consumo duráveis operam 39,3% abaixo do ápice de março de 2011.

Os bens intermediários estão 16,5% aquém do auge de maio de 2011, e os bens semiduráveis e não duráveis operam em nível 11,9% inferior ao pico de junho de 2013.

O IBGE revisou o resultado da produção industrial em abril ante março, de uma redução de 0,5% para queda de 0,8%. A taxa de março ante fevereiro foi revista de alta de 0,9% para aumento de 1,1%. O resultado de janeiro ante dezembro passou de redução de 1,2% para queda de 1,1%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física.

As quedas na fabricação de veículos e de produtos alimentícios puxaram o desempenho negativo da produção industrial nacional em maio ante abril. Na média global, a indústria recuou 0,9% na passagem de abril para maio. Houve perdas em 16 dos 25 ramos pesquisados.

A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias encolheu 11,7%, eliminando parte do avanço de 13,8% verificado no mês anterior. Os produtos alimentícios tiveram retração de 4,0%, segundo mês seguido de queda na produção, período em que acumularam uma perda de 4,7%.

Outras perdas relevantes ocorreram em produtos químicos (-2,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), produtos do fumo (-28,2%), metalurgia (-2,8%), máquinas e equipamentos (-3,5%), impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e produtos diversos (-8,5%).

Na direção oposta, entre as nove atividades em expansão em maio ante abril, os principais impactos positivos partiram de indústrias extrativas (2,6%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%).

A queda de 0,90% na produção industrial em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, foi o segundo resultado negativo consecutivo do setor. Em abril ante março, houve redução de 0,80% na produção. Nos dois meses de quedas seguidas, a indústria nacional acumulou uma perda de 1,70%.

“Elimina aquele avanço que o setor industrial tinha acumulado em fevereiro e março, que tinha sido de 1,10%”, frisou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.

A piora recente, vista em maio, foi influenciada pelo desastre decorrente das enchentes no Rio Grande do Sul.

“A indústria mostra uma menor intensidade e maior espalhamento de quedas entre atividades (em maio). Por outro lado, maio tem impacto marcadamente negativo por influência das chuvas no Rio Grande do Sul”, frisou Macedo.

Segundo ele, as chuvas no Rio Grande do Sul geraram impactos não apenas na cadeia produtiva local, mas com encadeamento também em plantas industriais de outras Unidades da Federação.

Os dados do desempenho da produção industrial no Rio Grande do Sul em maio serão mais detalhados na divulgação da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, que será publicada em 12 de julho, lembrou Macedo.

A queda de 0,9% na produção industrial em maio ante abril foi puxada por uma retração de 2,2% na indústria de transformação, enquanto que as extrativas cresceram 2,6%. A queda na indústria de transformação em maio foi o pior resultado desde março de 2021, quando havia encolhido 3,1%.

“A transformação tinha uma predominância de resultados positivos desde agosto do ano passado. Desde agosto, somente dois meses tinham sido de quedas (setembro de 2023, -0,6%, e janeiro de 2024, -0,2%). A entrada dessa informação de maio, muito carregada do impacto das chuvas no Rio Grande do Sul, elimina parte importante desse crescimento”, apontou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.

A indústria de transformação acumulou um saldo positivo de 3,1% entre agosto de 2023 e abril de 2024. “A entrada dessa informação de maio elimina parte importante desse saldo positivo. Até a entrada da informação desse mês, a gente tinha um resultado predominantemente positivo para a indústria da transformação”, reforçou Macedo. “Para saber se os impactos das chuvas ficam restritos ao mês de maio, ou se vão se prolongar, tem que aguardar.”